O governo britânico tem sido acusado por um dos seus próprios conselheiros em matéria de droga de não se importar com o número crescente de toxicodependentes que morrem devido a uma overdose.
Emily Finch, membro sénior do Royal College of Psychiatrists, tem assento no Conselho Consultivo do governo sobre o uso indevido de drogas.
Questionada pela Sky News se alguém se importava com o número crescente de mortes relacionadas com o consumo de heroína, esta declarou que "de um modo geral", a população não se preocupa.
"Algumas pessoas preocupam-se, há boas razões para se preocuparem: os consumidores de heroína passam muito tempo no hospital, custam-nos muito dinheiro, alguns deles cometem crimes. Todas estas são boas razões para os apoiar devidamente, levando-os a um tratamento de alta qualidade, provavelmente no final pouparia dinheiro à sociedade", disse.
As associações ligadas ao tema têm alertado os consumidores de heroína para o elevado risco após uma série de mortes registadas em todo o país, com lotes de droga de Classe A suspeitos de terem sido misturados com opiáceos sintéticos como o fentanil.
Os traficantes de droga têm sido acusados de vender a heroína para obter mais lucro, apesar de saberem que o composto é potencialmente fatal.
Segundo a Sky News, morrem mais pessoas por abuso de opióides no Reino Unido do que em qualquer outro lugar da Europa, e este número tem vindo a aumentar desde há uma década. Só no Noroeste, as mortes relacionadas com droga aumentaram em 77% na última década.
Em 2020, foram registadas 4.561 mortes relacionadas com drogas em Inglaterra e no País de Gales (o equivalente a uma taxa de 79,5 mortes por milhão de pessoas); isto é 3,8% superior ao número de mortes registadas em 2019 (4.393 mortes; 76,7 mortes por milhão).
Ao mesmo tempo, os serviços de combate à droga tiveram os seus orçamentos reduzidos em cerca de um terço.
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