"O governo apreciará muito (...) se forem tomadas providências para que Mathias Gillmann deixe o território congolês o mais depressa possível", escreveu Lutundula na missiva dirigida à chefe do Monusco, a diplomata da Guiné-Conacri, Bintou Keita.
"A presença deste funcionário em território nacional não é suscetível de fomentar um clima de confiança mútua e serenidade, tão essencial entre as instituições congolesas e a Monusco", afirma Lutundula na carta a que a agência France Presse teve acesso.
"Os comentários feitos por Gillmann à RFI em que afirmou que a Monusco não tem os meios militares para fazer face ao [movimento rebelde] M23 estão na raiz da tensão atual. Pedimos à Monusco, de forma amigável, que ele deixe o país", afirmou à AFP uma fonte governamental, que recusou ser identificada.
Desde 25 de julho, vários grupos de manifestantes têm vindo a saquear instalações da missão da ONU, que se encontra na RDCongo desde 1999.
Quatro capacetes azuis foram mortos em Butembo e, pelo menos, 28 manifestantes morreram no Goma, Butembo e Kanyabaonga, no Norte do Kivu. Quatro outros manifestantes foram eletrocutados em Uvira, no Kivu do Sul, quando uma manifestação em que participavam foi dispersa pelas forças de segurança.
A Monusco é uma das maiores missões das Nações Unidas destacadas no mundo, com cerca de 14.000 soldados presentes em várias cidades do leste.
Desde 2019, movimentos pró-democracia e alguns funcionários locais eleitos têm vindo a apelar à partida da Monusco, que acusam de se recusar a combater os cerca de cem grupos armados ativos no leste da RDCongo.
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