Reino Unido afasta consultora devido a corrupção na África do Sul

A consultora britânica Bain & Co., identificada pela comissão judicial "Zondo" de envolvimento na corrupção pública na África do Sul na presidência de Jacob Zuma, foi banida por três anos no Reino Unido, noticiou hoje a imprensa sul-africana.

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Lusa
03/08/2022 20:54 ‧ 03/08/2022 por Lusa

Mundo

África do Sul

 

A consultora, que foi contratada pelo Governo sul-africano para reformar inicialmente a Autoridade Tributária do país, está interditada de se candidatar a contratos públicos no Reino Unido, segundo decisão do Governo britânico, citada na imprensa sul-africana.

A investigação do juiz sul-africano Raymond Zondo concluiu que a Bain operou em "conluio" com Zuma, que ocupou a presidência entre 2009 e 2018.

Segundo a imprensa sul-africana, a multinacional britânica negou qualquer envolvimento na corrupção pública na África do Sul, afirmando que "devolveu" os honorários cobrados na consultoria prestada à Autoridade Tributária sul-africana (SARS).

Além da britânica Bain, pelo menos mais três empresas europeias e uma americana devolveram honorários ao Governo sul-africano pelo seu envolvimento em escândalos no país durante a presidência de Zuma.

O Governo sul-africano estimou que a captura do Estado pela grande corrupção pública no mandato de quase 10 anos de Zuma custou ao país cerca de 500 mil milhões de rands (29,3 mil milhões de euros).

A comissão judicial "Zondo" foi criada em janeiro de 2018 na sequência de um relatório sobre corrupção intitulado "Captura do Estado", da autoria da então provedora da República Thuli Madonsela, divulgado em outubro de 2016.

O relatório teve por base uma investigação que Madonsela conduziu sobre várias alegações de conduta imprópria por parte do então Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e da família Gupta, segundo a comissão "Zondo".

Em julho, o Presidente Cyril Ramaphosa considerou que a corrupção no mandato do seu antecessor "arrancou a alma" da nação e "corroeu severamente o pacto social entre o Estado e os cidadãos".

Leia Também: Tribunal adia para outubro julgamento por corrupção de Jacob Zuma

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