Rússia criou "quase certamente" um novo corpo do exército

O novo grupo servirá para apoiar as operações terrestres na Ucrânia, mas o Reino Unido refere que será difícil recrutar mais soldados.

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Hélio Carvalho
10/08/2022 08:00 ‧ 10/08/2022 por Hélio Carvalho

Mundo

Ucrânia/Rússia

Os serviços secretos do Reino Unido, na mais recente atualização sobre a guerra na Ucrânia, afirmam, esta quarta-feira, que a Rússia terá "quase certamente estabelecido uma nova grande formação de forças terrestres", numa tentativa de se precaver contra uma forte contraofensiva ucraniana no sul do país.

No relatório, publicado no Twitter, o Ministério da Defesa britânico diz que este novo grupo chamar-se-á 3.ª Corpo do Exército (3AC, na sigla em inglês), e estará a ser preparado em Mulino, numa região próxima de Moscovo.

"A Rússia provavelmente planeia fornecer uma grande parte deste 3AC a partir de recentemente criados batalhões 'voluntários', que está a ser mobilizados por todo o país", explica o relatório.

No entanto, os britânicos enaltecem as dificuldades de recrutamento pela Rússia, apesar de haver confirmação de que as forças armadas estão a oferecer "bónus em dinheiro lucrativos" assim que são mobilizados para a Ucrânia.

"Um corpo de exército russo consiste tipicamente de 15 a 20 mil tropas, mas será provavelmente difícil para a Rússia estabelecer o 3AC, tendo em conta os muito limitados níveis de entusiasmo popular para combater na Ucrânia", acrescenta o Reino Unido, apontando ainda que o novo corpo não será "decisivo para a campanha".

Os serviços de inteligência britânicos também falam novamente sobre os altos quadros russos, reiterando que "os comandantes russos continuam muito provavelmente a lidar com as prioridades operacionais contrastantes na ofensiva no Donbass", e recordando que a Ucrânia está a preparar uma contraofensiva a sul.

Nos últimos dias, e depois de várias ameaças por parte do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, têm surgido mais relatos de avanços ucranianos a sul, perto de Kherson, e na região de Kharkiv. Na terça-feira, foram também registadas fortes explosões numa base russa na Crimeia, uma península que, apesar de ser grande foco de tensão desde 2014, tem-se mantido relativamente intacta com o conflito mais recente.

A guerra na Ucrânia já matou cerca de 5.400 civis ucranianos, apontam os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o real número de mortos deverá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em regiões sitiadas ou ocupadas pelos russos, como é o caso de Mariupol, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.

Leia Também: Ucrânia alega avanços em Izium. "Donetsk está a aguentar"

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