"Claro que não temos nada a ver com isso", disse o conselheiro presidencial ucraniano Mikhail Podolyak, citado pela agência espanhola EFE.
Podolyak disse que as explosões podem ter tido várias causas, desde uma detonação acidental de munições, como alegou o Ministério da Defesa russo, até ao resultado de uma "gestão ineficiente das forças armadas da Federação Russa".
Contudo, quando interrogado pelos jornalistas, o conselheiro do Presidente Volodymyr Zelensky não excluiu a possibilidade de uma ação por parte de civis que querem a libertação da Crimeia.
"Claro que as pessoas que viveram a ocupação compreendem que os tempos da ocupação estão a chegar ao fim e precisam de mostrar a sua posição. A recuperação da Crimeia é algo que tem de acontecer", disse Podolyak.
O jornal norte-americano The New York Times noticiou hoje que as explosões na base aérea na Crimeia podem ter resultado de uma ação de civis dos territórios ocupados pela Rússia que apoiam as autoridades de Kyiv.
"Para atingir alvos bem atrás das linhas inimigas, acredita-se que os militares ucranianos estão a contar com os residentes dos territórios ocupados pela Rússia que são leais à Ucrânia", escreve o jornal.
Na sua habitual mensagem diária por vídeo, Zelensky defendeu, na terça-feira à noite, que a guerra na Ucrânia não começou em 24 de fevereiro deste ano, com a invasão do país pela Rússia, mas com a ocupação da Crimeia em 2014.
"Esta guerra russa contra a Ucrânia e contra toda a Europa livre começou com a Crimeia e deve terminar com a Crimeia -- a sua libertação", afirmou Zelensky.
As autoridades pró-russas da Crimeia atualizaram hoje o balanço de vítimas das explosões, elevando o número de feridos de cinco para 13, mantendo-se o registo de um morto.
"Segundo os dados desta manhã, 13 pessoas ficaram feridas e uma morreu em consequência do incidente na aldeia de Novofedorovka, na região de Saki", anunciou o Ministério da Saúde da Crimeia numa declaração citada pela EFE.
O Ministério da Defesa russo, num comunicado divulgado na terça-feira, atribuiu as explosões no aeródromo militar da Crimeia a um acidente.
"Não houve qualquer ataque à área de armazenamento de munições", disse o Ministério da Defesa da Rússia.
Ao lançar a ofensiva em 24 de fevereiro, a Rússia disse que pretendia "desmilitarizar e desnazificar" a Ucrânia, e que estava a responder a pedidos de ajuda das populações russófonas do Donbass, no leste do país vizinho.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares da guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 168.º dia, embora diversas fontes, incluindo a ONU, admitam que será elevado.
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