A central nuclear de Zaporizhzhia (Zaporíjia) foi esta quinta-feira à tarde novamente bombardeada, segundo avançam os meios internacionais.
A empresa que opera a central, a Energoatom, indica que a situação está sob controlo.
Terão sido registadas cinco explosões na área do escritório do comandante da estação, junto à zona de soldagem e armazenamento de materiais radioativos.
O bombardeamento não provocou feridos ou danos, mas as acusações mútuas já começaram a surgir. Moscovo acusa os ucranianos de um novo ataque à central que se encontra na região controlada pela Rússia, a fim de retomarem o controlo.
Um membro da administração pró-russa daquela região do sul da Ucrânia, Vladimir Rogov, declarou que "os militantes [do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky] dispararam novamente contra a central nuclear de Zaporijia, a maior da Ucrânia e da Europa".
Já o país invadido aponta o dedo à Rússia e nega ter lançado qualquer bombardeamento contra a central.
There appears to be smoke rising near the Zaporizhzhia Nuclear Power Station in Ukraine pic.twitter.com/wne4J74Opq
— Sergio Olmos (@MrOlmos) August 11, 2022
Refira-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, acusa a Rússia de colocar a Europa em risco com estes ataques orquestrados com o fim de provocar um incidente nuclear e, assim, dar justificação a Putin para lançar um ataque nuclear.
"A Rússia pode provocar o maior acidente nuclear da história na central Nuclear de Zaporizhzhia e, em termos de consequências reais, isso pode ser ainda mais catastrófico do que Chernobyl", disse o presidente ucraniano num discurso durante uma conferência dos países parceiros da Ucrânia.
Zaporizhzhia já tinha sido atacada duas vezes na semana passada, suscitando preocupação da comunidade internacional.
Os ataques contra a nuclear poderão fazer parte da estratégia russa para justificar ofensivas mais graves. Esta não seria a primeira vez que os russos se escudavam nestes ataques - apontados à Ucrânia por Moscovo - para justificar as suas ações.
Recorde-se da operação bandeira falsa de que se falava ainda antes do início da invasão russa à Ucrânia, iniciada na madrugada de 24 de fevereiro.
Leia Também: Zelensky insiste em acusar a Rússia de criar risco nuclear em Zaporíjia