O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou-se esta quinta-feira "seriamente preocupado" com a situação da central nuclear de Zaporíjia (Zaporizhzhia).
Numa declaração partilhada no site oficial da ONU, Guterres diz ter apelado a "todos os interessados para que exerçam o bom senso e a razão e não pratiquem quaisquer ações que possam pôr em perigo a integridade física, a segurança ou a proteção da central nuclear – a maior da Europa".
Esta reação surge na sequência da escalada que tem vindo a verificar-se na última semana com relatos de "incidentes profundamente preocupantes que poderiam, se continuarem, levar ao desastre", apontou o secretário-geral.
"Peço que todas as atividades militares nas imediações da usina cessem imediatamente e não atinjam suas instalações ou arredores", frisou na declaração. Guterres exortou ainda a "retirada de qualquer pessoal e equipamento militar da central e a evitar qualquer desdobramento de forças ou equipamentos para o local".
A mesma nota sublinhou também que "a instalação não deve ser usada como parte de qualquer operação militar", mas, em vez disso, "é necessário um acordo urgente em nível técnico sobre um perímetro seguro de desmilitarização para garantir a segurança da área".
"Devemos deixar claro que qualquer dano potencial à Zaporizhzhia ou a qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar, pode levar a consequências catastróficas não apenas para a vizinhança imediata, mas para a região e além. Isso é totalmente inaceitável", sublinha-se ainda.
A central nuclear foi hoje novamente atacada sendo que ambas as partes se acusam mutuamente. Zaporizhzhia já tinha sido atacada duas vezes na semana passada, suscitando preocupação da comunidade internacional.
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