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Mattarella? Terá de sair se direita aprovar presidenciais por sufrágio

O líder conservador Silvio Berlusconi declarou hoje que o Presidente italiano, Sergio Mattarella, terá de demitir-se se a direita vencer as legislativas e cumprir uma das suas principais promessas, a eleição presidencial por sufrágio direto.

Mattarella? Terá de sair se direita aprovar presidenciais por sufrágio
Notícias ao Minuto

21:28 - 12/08/22 por Lusa

Mundo Silvio Berlusconi

Três vezes primeiro-ministro de Itália e magnata da comunicação social, Berlusconi defendeu que a demissão de Mattarella "seria necessária" no caso de a coligação de direita (a sua Força Itália, os Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni, e a Liga, de Matteo Salvini) vencer as legislativas de 25 de setembro e a medida política ser aprovada.

O multimilionário, que completará 86 anos quatro dias após as legislativas antecipadas, afirmou que ele mesmo foi um dos principais candidatos a uma eventual eleição direta pelo povo italiano do seu novo chefe de Estado.

As declarações de Berlusconi foram encaradas como um ataque ao atual Presidente da República, de 81 anos, pelos opositores do bloco de direita, que lideram todas as sondagens, ao centro-esquerda.

"O facto de o centro-direita estar a começar a sua campanha [eleitoral] com um ataque a Mattarella e um apelo para a sua demissão mostra que a direita é perigosa para o país", sustentou o líder do Partido Democrata (PD, centro-esquerda) e dirigente do bloco de esquerda candidato às próximas legislativas, o ex-primeiro-ministro Enrico Letta.

A líder dos Irmãos de Itália (FdI, extrema-direita), Giorgia Meloni, que dirige a coligação de direita e está prestes a tornar-se a primeira mulher e a primeira chefe neofascista de um executivo em Itália, disse que "o presidencialismo é uma reforma económica e séria, e que graças à estabilidade, [os italianos] vão dar confiança aos investidores".

O dirigente do Movimento 5 Estrelas e ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, cuja formação se afastou do PD, depois de abandonar o Governo de coligação do primeiro-ministro cessante Mario Draghi, declarou: "Nós dizemos Não à lógica de divisão do centro-direita".

Berlusconi, que falhou na tentativa de suceder a Mattarella em janeiro deste ano, quando o então Presidente cessante relutantemente aceitou cumprir um segundo mandato de sete anos, tentou recuar nos seus comentários, afirmando que não tinha atacado o chefe de Estado.

"Eu nunca ataquei o Presidente Mattarella e também não pedi a sua demissão", frisou, acrescentando: "Só disse uma coisa óbvia e evidente, que é que, uma vez aprovada uma reforma constitucional sobre o presidencialismo, antes de se proceder a uma eleição directa do novo chefe de Estado, será necessária a demissão de Mattarella".

Observou ainda que Mattarella poderá "até ser eleito de novo" e prosseguiu: "É apenas isso -- uma simples explicação de como a reforma presidencialista proposta no programa eleitoral do centro-direita funcionaria".

"Como é que podem interpretar isto como um 'ataque a Mattarella' permanece um mistério para mim. Ou talvez possa ser explicado pela má-fé daqueles que me atribuem uma intenção que nunca foi a minha", concluiu Silvio Berlusconi.

Leia Também: Direita italiana promete respeito a UE e NATO antes das eleições

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