O serviço de segurança da Ucrânia referiu, através de uma publicação na rede social Telegram, ter identificado mais oito soldados russos suspeitos de crimes de guerra em Bucha.
Em causa estão oito militares que se veem agora acusados dos crimes de roubo em propriedades pertencentes a "residentes locais", muitas delas "abandonadas".
As autoridades ucranianas disseram ainda ter já notificado estes oito indivíduos - que pertencem, na sua maioria, à unidade 6720 do serviço federal da Guarda Nacional da Federação Russa. Porém, alguns dos acusados faziam parte das Forças Armadas russas.
"Permanecendo nos territórios temporariamente ocupados da região de Kyiv, estes guerrilheiros levaram a cabo as chamadas 'operações de limpeza' nas povoações", começou por explicar o serviço de segurança da Ucrânia no Telegram.
"Estes soldados russos saquearam 'troféus' para si próprios - computadores e eletrodomésticos, joias, 'gadgets', roupas, comida, etc.", explica a autoridade na referida publicação no Telegram. Mais tarde, os assaltantes viriam a enviar "os bens roubados aos seus familiares em remessas postais a partir da cidade bielorrussa de Mozyr".
Após terem sido reunidas "provas incontestáveis" da "violação das leis e costumes da guerra" por parte destes combatentes, tal como consta do Código Penal da Ucrânia, estes poderão vir a ser sujeitos a uma pena de prisão compreendida entre os oito e os 28 anos, referiu o 'post'.
De recordar a existência de vários relatos, entretanto verificados, de crimes de guerra e de abusos dos Direitos Humanos cometidos por militares russos em Bucha durante a sua passagem pela região - tomada logo no início da invasão, que começou a 24 de fevereiro, e reconquistada por Kyiv cerca de um mês depois.
Torturas, execuções e abusos sexuais sobre civis encontram-se entre o leque de crimes associados aos militares de Moscovo que ocuparam Bucha.
Depois das tropas russas terem abandonado a zona, as autoridades ucranianas viriam a encontrar valas comuns, onde estavam corpos de civis com os braços amarrados atrás das costas e com evidências que comprovavam ter sido espancados antes da morte.
Em abril, dez soldados russos tinham já sido indiciados por presumíveis crimes cometidos em Bucha, tal como anunciado pela então procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova - entretanto afastada do cargo pelo próprio presidente do país, Volodymyr Zelensky.
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