Na cidade de Perth, com uma longa tradição conservadora até às últimas eleições autárquicas de maio, nas quais o Partido Nacional Escocês (SNP) arrebatou a sua hegemonia, Truss, favorita a vencer as primárias do Partido Conservador, indicou que exigirá maior transparência ao Executivo escocês, se entrar em Downing Street.
Truss criticou o foco da chefe do governo escocês, Nicola Sturgeon, em promover a "divisão constitucional" em vez de prioridades sociais.
"Vou garantir que o meu Governo faz tudo o que for necessário para responsabilizar os representantes eleitos por não prestarem serviços públicos de qualidade, nomeadamente na saúde e na educação, que os escoceses merecem", afirmou.
O outro candidato ao cargo de primeiro-ministro, Rishi Sunak, prometeu que, como chefe do executivo, iria forçar o secretário permanente do Governo escocês, o mais alto funcionário da administração autónoma, a comparecer anualmente perante Westminster, em Londres.
"Durante demasiado tempo, o Partido Nacional Escocês conseguiu esconder as suas falhas ao escolher e selecionar os dados que publica. Mudaria isso, garantindo que o Governo escocês é responsável e garantindo que os nossos serviços públicos sejam melhor geridos", prometeu.
"O futuro do Reino Unido é brilhante, mas a nossa união tem de trabalhar em conjunto, todas as nações ombro a ombro, para o conseguir", acrescentou.
Sturgeon pretende realizar um novo referendo sobre a independência, em outubro do próximo ano.
A consulta precisa da autorização do governo central, algo que o primeiro-ministro cessante, Boris Johnson, negou, considerando que "não é o momento" para outra consulta, depois de em 2014 os escoceses terem votado a favor da permanência no Reino Unido.
Tal como previsto na Lei da Escócia de 1998, que rege as relações entre Londres e Edimburgo, é a Câmara dos Comuns que pode legislar sobre o futuro da união.
A legalidade de Sturgeon convocar a consulta sem o governo de Londres será avaliada pelo Supremo Tribunal britânico nos dias 11 e 12 de outubro.
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