"Se há alguém possuído pelo diabo, esse é Bolsonaro", exclamou o ex-presidente e líder do Partido dos Trabalhadores (PT) num ato simbólico às portas da fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, seu berço político, onde na década de 1970 ficou conhecido como dirigente sindical.
Lula da Silva acusou o Governo Bolsonaro de "não se preocupar com emprego" e de não ter "uma política económica" para um país que sofre com uma inflação acima de 10% e tem cerca de dez milhões de pessoas à procura de trabalho, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Cercado por centenas de metalúrgicos e representantes sindicais, o ex-presidente chamou Bolsonaro de "fariseu" e "genocida".
"Este país não pode ter um Presidente que ninguém quer receber, que mente sete vezes por dia, que mente para os evangélicos (...) Ele está tentando manipular a boa-fé das pessoas que vão à igreja", denunciou Lula da Silva aludindo as mensagens que circulam nos grupos 'bolsonaristas' que asseguram que Lula fechará templos religiosos caso volte ao poder.
"Não haverá mentiras, nem 'fake news' para mantê-lo governando este país", acrescentou o antigo chefe de Estado que governou o país entre 2003 e 2010, sob aplausos de seus apoiantes.
Além disso, Lula da Silva emocionou-se ao prometer que "a história do Brasil vai mudar" porque "não haverá mais crianças mendigando na rua."
"Não queremos um Governo que distribua armas, queremos livros. Não queremos um Governo de ódio, queremos um Governo de amor", disse o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT).
As sondagens para as presidenciais no Brasil dão vantagem a Lula da Silva, com cerca de 45% das intenções de voto, face a Bolsonaro que regista pouco mais de 30% das intenções de voto.
A campanha eleitoral para eleger o Presidente, governadores de estado e parlamentares regionais e federais no Brasil arrancou oficialmente hoje, data em que os candidatos já estão autorizados a apelar ao voto e a iniciar propaganda eleitoral, inclusive na Internet.
Em 26 de agosto, começam os tempos de antena na rádio e televisão do Brasil, que vai até 30 de setembro para os candidatos que concorrem na primeira volta.
A fase inicial da campanha eleitoral termina em 01 de outubro, véspera da primeira volta das eleições.
Prevista apenas para cargos executivos, ou seja, para as disputas do governo regional dos 27 estados do país e a Presidência da República, a segunda volta das eleições brasileiras será realizada em 30 de outubro caso nenhum candidato alcance maioria absoluta dos votos válidos na primeira votação.
Leia Também: Bolsonaro cita fantasma do comunismo contra Lula da Silva em campanha