Recep Tayyip Erdogan chegou hoje a Lviv, uma cidade na zona ocidental da Ucrânia, onde se vai reunir com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Citando o canal turco NTV, a agência oficial russa disse que Erdogan também poderá propor a mediação de Ancara para a troca de prisioneiros de guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
Segundo a TASS, "Erdogan também planeia oferecer-se para retomar o processo de negociação de Istambul e fazer da Turquia uma plataforma para uma reunião entre os presidentes da Rússia e da Ucrânia".
Segundo fontes governamentais citadas pela NTV, Erdogan manifestará igualmente o seu apoio à extensão do acordo que permitiu retomar a exportação de cereais ucranianos que ficaram bloqueados pela guerra, iniciada em 24 de fevereiro.
Trata-se da primeira visita de Erdogan à Ucrânia desde a invasão russa.
O Presidente turco tinha visitado a Ucrânia em 03 de fevereiro deste ano, semanas antes do início da guerra.
Segundo a TASS, Erdogan vai reunir-se primeiro com Zelensky, seguindo-se um encontro dos dois chefes de Estado com António Guterres.
No final das conversações, deverá ser divulgada um comunicado, de acordo com a agência oficial russa.
A ONU é uma das partes do acordo que permitiu retomar a exportação de cereais ucranianos, alcançado no final de julho, sob mediação turca.
O centro de inspeção dos navios está localizado em Istambul.
O chefe da Comissão dos Assuntos Internacionais do Conselho da Federação Russa, Grigory Karasin, defendeu hoje que o desenvolvimento futuro da situação na região depende em grande parte dos resultados específicos das conversações de Lviv.
"Vamos acompanhar de perto a próxima reunião em Lviv de Guterres, Erdogan e Zelensky. Não só palavras, declarações e emoções serão importantes, mas acima de tudo as especificidades, das quais depende em grande parte o desenvolvimento futuro dos acontecimentos na Ucrânia e países vizinhos", disse Karasin, citado pela TASS.
Karasin disse também não compreender o motivo de os peritos da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ainda não terem visitado a central nuclear de Zaporijia, "tendo como pano de fundo a crescente preocupação no mundo sobre as provocações de Kiev em torno da central nuclear".
"Vamos esperar pelos resultados" das conversações de Lviv, acrescentou.
As forças russas controlam a central de Zaporijia, no sudeste da Ucrânia, mas ambas as partes acusam-se mutuamente de ataques que podem provocar um desastre nuclear.
A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia.
A visita de uma equipa de peritos de AIEA à central nuclear é um dos temas anunciados para as conversações de hoje em Lviv.
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