O apelo "já lhes foi enviado" e "a cópia física deverá chegar até às 14h00" (11h00), disse em declarações à agência France-Presse Daniel Maanzo, membro da equipa jurídica da Odinga, que ficou em segundo lugar nas eleições, atrás do vice-presidente em exercício, William Ruto, por uma margem estreita de votos, de acordo com os resultados anunciados pela comissão eleitoral em 15 de agosto.
Odinga, histórico opositor queniano, anunciou no último sábado que iria recorrer aos tribunais, descrevendo os resultados eleitorais como uma "brincadeira".
No passado dia 15, após seis dias de espera pelos 50 milhões de quenianos, o presidente da Comissão Eleitoral Independente (IEBC), um organismo independente que veio a revelar-se profundamente dividido, anunciou a vitória de Ruto, com 50,49% dos votos, contra 48,85% obtidos por Raila Odinga, representando uma diferença de cerca de 230.000 votos.
Minutos antes de a IEBC anunciar os resultados, quatro dos seus sete comissários, numa posição surpreendente, rejeitaram os resultados que viriam a ser anunciados, culpando o presidente do organismo, Wafula Chebukati, pela gestão "opaca" e falta de consulta.
Odinga rejeitou os resultados no dia seguinte.
Dias depois, o líder da IEBC acusou os quatro elementos dissidentes de pretenderem forçar uma segunda volta das presidenciais entre Ruto e Odinga, algo que disse ter rejeitado.
A eleição marca uma quinta derrota presidencial para Odinga, embora a sua candidatura tenha sido apoiada este ano pelo Presidente em exercício, Uhuru Kenyatta, e pelo partido no poder.
Todas as eleições presidenciais no Quénia foram contestadas desde 2002, e as disputas conduziram por várias vezes a confrontos sangrentos.
Em agosto de 2017, o Supremo Tribunal anulou as eleições presidenciais depois de Odinga ter rejeitado a vitória de Kenyatta, na primeira decisão do género em todo o continente africano.
Hoje é a data limite para a apresentação da contestação do resultado das eleições ao Supremo Tribunal queniano, que tem 14 dias para tomar uma decisão. Se o Supremo deferir a contestação e ordenar a anulação das eleições, estas deverão ser realizadas no prazo de 60 dias.
Leia Também: Ex-PR de Moçambique recorda Quénia e pede que partidos aceitem resultados