A embaixada dos Estados Unidos em Kyiv emitiu um alerta de segurança, no qual sublinhou ter "informações que a Rússia está a intensificar os esforços para lançar ataques contra a infraestrutura civil e instalações governamentais na Ucrânia nos próximos dias".
No fim de semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante um dos seus discursos diários, declarou que os ucranianos devem "estar cientes de que esta semana a Rússia pode tentar fazer algo particularmente desagradável, algo particularmente cruel".
As advertências ocorrem logo após a Rússia acusar os serviços secretos ucranianos do assassínio de Daria Dugina, filha do filósofo russo Alexander Dugin, próximo do Kremlin. A Ucrânia nega qualquer envolvimento no atentado.
Daria Dugina, uma jornalista de 29 anos de um canal de televisão nacionalista russo, morreu na explosão do carro que conduzia na região de Moscovo, no sábado à noite.
A sensação de medo que permeia a guerra concentra-se principalmente em relação à central nuclear de Zaporijia, no sudeste da Ucrânia, onde os contínuos bombardeamentos e combates levantaram temores de uma catástrofe nuclear.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou na segunda-feira para a ameaça nuclear em geral, principalmente porque a Rússia fez alusão ao seu enorme arsenal nuclear no início da guerra.
Guterres exigiu na segunda-feira o fim das ameaças nucleares, dizendo que o mundo está num "momento máximo de perigo" e que todos os países com armas nucleares devem comprometer-se a "não usar primeiro" o seu armamento.
O governador regional ucraniano de Dnipropetrovsk, Valentyn Reznichenko, disse hoje que as forças russas dispararam nas proximidades Marhanets e Nikopol, na margem direita do rio Dnieper, dando continuidade aos bombardeamentos noturnos implacáveis que ocorrem há semanas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas de suas casas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de seis milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
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