"O que é o fim da guerra? Costumávamos dizer paz. Agora dizemos vitória"

O presidente ucraniano assinalou o 31.º aniversário da independência da Ucrânia e o sexto mês da invasão russa.

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© Presidência da Ucrânia

Márcia Guímaro Rodrigues
24/08/2022 08:40 ‧ 24/08/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Volodymyr Zelensky

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, dirigiu-se esta quarta-feira ao “povo livre da Ucrânia independente” para celebrar o 31.º aniversário da independência do país. Num discurso, divulgado pela Presidência da Ucrânia, o chefe de Estado lembrou os seis meses da invasão russa, que se assinalam também hoje, e reiterou que a bandeira do país será erguida em todo o território.

“Há seis meses, a Rússia declarou guerra contra nós. A 24 de fevereiro, toda a Ucrânia ouviu explosões e tiros. E a 24 de agosto, não era suposto ouvir as palavras ‘Feliz Dia da Independência’. No dia 24 de fevereiro, foi-nos dito: não têm qualquer hipótese. A 24 de agosto, dizemos nós: Feliz Dia da Independência, Ucrânia!”, sublinhou.

Fazendo um balanço dos últimos seis meses, Zelensky afirmou que a Ucrânia mudou a “história” e o “mundo”, além de a si própria. “Começámos a respeitar-nos a nós próprios. Compreendemos que, apesar de qualquer ajuda e apoio, ninguém mais do que nós lutará pela nossa independência”, acrescentou.

Numa altura em que o país não tinha o avançado sistema de mísseis HIMARS, havia “pessoas dispostas a parar os tanques [russos] com as próprias mãos”. Os ucranianos e a sua coragem “inspiraram o mundo”.

Zelensky considerou que antes “o mundo não estava unido” e que a pandemia de Covid-19 mostrou que “é cada um por si”. No entanto, “a Ucrânia mudou isso em seis meses” e “uniu o mundo”.

“Todos nós mudámos. Alguém nasceu de novo. Como pessoa, indivíduo, cidadão, patriota, simplesmente como ucraniano”, sublinhou. “Finalmente tornámo-nos verdadeiramente um. Uma nova nação que emergiu a 24 de fevereiro às 4 da manhã. Não nasceu, mas renasceu. Uma nação que não chorou, não gritou, não se assustou. Não fugiu. Não desistiu. Não se esqueceu”, acrescentou.

O presidente, eleito em 2019, reiterou a afirmação de que a bandeira “estará em todo o lado”, seja no Donbass ou na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. “Cada novo dia é uma nova razão para não desistirmos. Porque, tendo passado por tanta coisa, não temos o direito de não chegar ao fim. O que é o fim da guerra para nós? Costumávamos dizer: a paz. Agora dizemos: vitória”, atirou.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que 5.514 civis morreram e 7.698 ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: AO MINUTO: Gomes Cravinho em Kyiv; Ucrânia celebra Dia da Independência

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