Retrato famoso de Winston Churchill roubado de hotel no Canadá
Yousuf Karsh tirou a fotografia após o discurso de Churchill ao Parlamento em 1941.
© Yousuf Karsh
Mundo Winston Churchill
A polícia do Canadá está a investigar o roubo de um famoso retrato de Sir Winston Churchill tirado por Yousuf Karsh, depois de a fotografia original ter sido misteriosamente trocada por uma falsificação.
Na semana passada, um funcionário do hotel Château Laurier, em Ottawa, notou algo errado com a fotografia conhecida como 'O leão que ruge', conta a CBC. A moldura da fotografia não combinava com os outros cinco retratos na sala, todos feitos pelo aclamado retratista Yousuf Karsh, cujos temas incluíam Martin Luther King Jr., Albert Einstein, Ernest Hemingway e a rainha Elizabeth II - que foram entretanto removidos para serem devidamente protegidos.
O momento eternizado remonta à altura da Segunda Guerra Mundial, em 1941, quando Churchill viajou para discursar perante o parlamento canadiano.
Jerry Fielder, que foi contratado pelo próprio Karsh, em 1979, e é agora diretor do espólio de Karsh, recebeu um telefonema do gerente geral do hotel, a dar conta da situação. A obra que deveria estar pendurada ali foi feita a partir de um negativo e assinada por Karsh, mas quando Fielder pediu uma cópia da assinatura, soube imediatamente que era uma falsificação. "Não era a assinatura dele", disse Fielder.
Assim que o roubo foi descoberto, a polícia de Ottawa foi notificada e começou a investigar. Não resulta claro, no entanto, quando terá sido o momento exato em que a fotografia, que está no hotel há 24 anos, desapareceu e foi substituída.
Karsh tinha uma forte ligação com o hotel, uma vez que foi onde viveu quase duas décadas e onde estabeleceu um pequeno estúdio entre 1972 e 1992. Morreu em 2002.
Este é um dos retratos mais icónicos do antigo e famoso primeiro-ministro britânico, sendo o trabalho que projetou a carreira internacional de Yousuf Karsh. Churchill não queria ser fotografado, permitindo, ainda assim, que Karsh tivesse somente uma oportunidade para conseguir um retrato. Como era hábito, o estadista estava acompanhado de um charuto, obrigando o fotógrafo a retirá-lo da sua boca, conseguindo eternizar a reação. "Quando voltei para minha câmara, ele parecia tão furioso que poderia ter-me devorado. Foi nesse instante que tirei a fotografia", recordou Karsh uns anos mais tarde.
A imagem tornou-se viral ao longo dos anos e foi usada nas notas de cinco libras britânicas em 2016.
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