"Estamos profundamente preocupados (...) Instamos a Autoridade Palestiniana a inverter o rumo e a respeitar as suas obrigações ao abrigo do Direito internacional", disse o Escritório do Alto Comissariado, numa mensagem na rede social X.
A Autoridade Palestiniana - organização presidida por Mahmoud Abbas, que detém uma autoridade administrativa parcial na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967 - anunciou na noite de quarta-feira a decisão de suspender a Al Jazeera, acusando o canal de "incitamento à sedição" e "interferência" nos seus assuntos.
"A comissão ministerial competente, composta pelos ministérios da Cultura, do Interior e das Comunicações, decidiu suspender a transmissão e congelar todas as atividades do canal Al Jazeera e do seu escritório na Palestina", bem como "suspender o trabalho de todos os jornalistas, funcionários, equipas e canais afiliados até que o seu estatuto legal seja retificado", disse a Autoridade, de acordo com a agência noticiosa oficial Wafa.
O canal televisivo do Qatar denunciou hoje esta suspensão, dizendo que ocorreu numa altura "em que a Autoridade Palestiniana está a tentar dissuadir a Al Jazeera de cobrir o agravamento dos acontecimentos nos Territórios Palestinianos Ocupados" e depois de "uma campanha de intimidação" levada a cabo contra os seus jornalistas.
Israel já tinha decidido, em maio passado, proibir a emissão da Al Jazeera no seu país e encerrar os seus escritórios, resultado de um conflito de longa data entre o canal e o Governo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que se agravou com a guerra na Faixa de Gaza.
O Exército israelita tem acusado os jornalistas da Al Jazeera de serem "agentes terroristas" em Gaza e afiliados no Hamas, autores do ataque em 07 de outubro de 2023 em Israel, que desencadeou a guerra em Gaza.
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