O dugongo, um mamífero ‘gentil’ que habitava nas águas do sul da China há centenas de anos, foi declarado funcionalmente extinto no país, segundo um estudo divulgado esta quarta-feira.
O trabalho, realizado por especialistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL, na sigla inglesa) e da Academia Chinesa de Ciências junto de 66 comunidades piscatórias, aponta que o desaparecimento do animal marinho deve-se à pesca intensiva e à degradação do seu habitat. Estes fenómenos resultaram na crescente diminuição da sua população a partir da década de 1970, noticia a agência Reuters.
Na verdade, desde 2008 que não existem provas da sua presença na área, razão pela qual o relatório conclui que "esta é a primeira extinção funcional de um mamífero de grande porte nas águas costeiras da China".
Com uma alimentação à base de ervas marinhas, o dugongo era um animal protegido na China desde 1988. Também a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla inglesa) classificava a espécie como vulnerável.
“A sua ausência não terá apenas um efeito indireto na função do ecossistema, mas servirá também de alerta de que as extinções podem ocorrer antes da implementação de medidas de conservação eficientes”, considerou o professor Samuel Turvey, da ZSL, classificando o desaparecimento do mamífero como uma “perda devastadora”.
Distinguido do manatim através da cauda, considera-se que esta parte do corpo do dugongo terá inspirado as caudas de sereia do imaginário da literatura.
Leia Também: "Falha". Universidade na Califórnia mata (acidentalmente) 21 mil peixes