A ação militar dos norte-americanos durante a madrugada, em instalações usadas por milícias apoiadas pela Guarda Revolucionária paramilitar do Irão, demonstram que "os Estados Unidos não hesitarão em se defender contra agressões iranianas e apoiadas por Teerão quando ocorrerem", sublinhou Colin Kahl, o subsecretário de Defesa para assuntos políticos.
A mesma fonte do Pentágono realçou que a decisão dos norte-americanos em lançar os ataques foi baseada na natureza dos ataques da milícia, em 15 de agosto, contra a base militar al-Tanf, onde as tropas dos EUA estão baseadas no sul.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos referiu que os ataques mataram seis milicianos pró-iranianos e destruiu vários armazéns utilizados por grupos armados próximos de Teerão, enquanto o coletivo ativista Deir Ezzor 24 relatou 10 mortos.
O bombardeamento também atingiu um campo dirigido pela Brigada Fatemiyoun, composta principalmente por combatentes xiitas de origem afegã recrutados em território iraniano.
No Irão, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanaani, condenou o ataque norte-americano "contra o povo e a infraestrutura da Síria", negando ainda, no comunicado, que Teerão tenha qualquer ligação com os alvos.
O Irão nega habitualmente que fornece armamento a grupos de milícias que têm como alvo as forças dos EUA na região, apesar dos armas estarem associadas aos iranianos.
O Comando Central das Forças Armadas dos EUA (CENTCOM) disse que os ataques "tomaram ações proporcionais e deliberadas destinadas a limitar o risco de escalada e minimizar o risco de baixas".
No entanto, o CENTCOM declarou não ter havido nenhuma baixa durante os bombardeamentos "de precisão", destinados a "defender e proteger" as suas forças destacadas na Síria de ataques das milícias "apoiadas pelo Irão".
Durante as quase 400 horas de vigilância, Washington decidiu atacar 11 'bunkers' utilizados para armazenamento de munições e, num último momento, excluiu outros dois quando detetou presença humana nas proximidades, adiantou o coronel norte-americano Joe Buccino, citado pela agência Associated Press (AP).
O rio Eufrates divide aproximadamente a província de Deir al-Zur em duas partes: uma controlada por tropas leais ao Presidente sírio Bashar al-Assad, apoiado pelo Irão, e a outra que está nas mãos das forças curdas, aliadas a Washington na sua luta contra o grupo 'jihadista' do Estado Islâmico.
No ataque de 15 de agosto, 'drones' alegadamente lançados por milícias apoiadas pelo Irão atingiram a base militar de al-Tanf, com os militares norte-americanos a não reportarem qualquer baixa ou danos.
O subsecretário de Defesa norte-americano ressalvou ainda que os ataques dos EUA demonstram que, embora Washington continue a tentar retomar o acordo nuclear iraniano de 2015, essas negociações não têm relação com a reação dos norte-americanos a ataques que são alvo.
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