Austrália e Nova Zelândia acusam Rússia de obstruir acordo

A Austrália e a Nova Zelândia acusaram a Rússia de obstruir a conferência de revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), após Moscovo rejeitar críticas à ocupação da central nuclear de Zaporíjia (Zaporizhzhya), na Ucrânia.

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Lusa
29/08/2022 07:18 ‧ 29/08/2022 por Lusa

Mundo

Armas Nucleares

"A Rússia tem impedido deliberadamente o progresso. As suas ações desafiam diretamente os princípios fundamentais do TNP", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, num comunicado divulgado no domingo à noite, referindo-se ao tratado multilateral vinculativo que procura o desarmamento nuclear.

Wong lamentou também que, após quatro semanas de negociações do TNP em Nova Iorque, que teriminaram sexta-feira sem acordo, a Rússia fosse o único país "a opor-se a um resultado significativo e equilibrado sobre os três pilares do tratado: desarmamento, não-proliferação e utilizações pacíficas da energia nuclear".

O ministro do Desarmamento e Controlo de Armas da Nova Zelândia, Phil Twyford, acusou a Rússia de "sabotagem diplomática" do TNP, assinado por 191 nações, "numa altura de incerteza e insegurança global" marcada, entre outros acontecimentos, pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro.

"É extremamente dececionante que, mesmo com a oferta dos EUA de novas negociações sobre o controlo do armamento, os Estados detentores de armas nucleares não tenham conseguido chegar a acordo sobre nada de significativo em matéria de desarmamento efetivo", acrescentou o ministro neozelandês, também em comunicado.

As posições australianas e neozelandesas, em sintonia com nações como os Estados Unidos, surgem depois da Rússia vetar uma declaração de consenso, qye critica a situação na fábrica de Zaporíjia (Zaporizhzhya) e exige que a fábrica seja devolvida ao controlo das autoridades ucranianas competentes.

A instalação de Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa, foi tomada pelas tropas russas no início da guerra e nos últimos dias tem sido alvo de repetidos ataques, fazendo soar o alarme sobre um potencial desastre.

Leia Também: Ucrânia denuncia 379 crianças mortas e 733 feridas por ataques russos

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