"A Rússia tem impedido deliberadamente o progresso. As suas ações desafiam diretamente os princípios fundamentais do TNP", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, num comunicado divulgado no domingo à noite, referindo-se ao tratado multilateral vinculativo que procura o desarmamento nuclear.
Wong lamentou também que, após quatro semanas de negociações do TNP em Nova Iorque, que teriminaram sexta-feira sem acordo, a Rússia fosse o único país "a opor-se a um resultado significativo e equilibrado sobre os três pilares do tratado: desarmamento, não-proliferação e utilizações pacíficas da energia nuclear".
O ministro do Desarmamento e Controlo de Armas da Nova Zelândia, Phil Twyford, acusou a Rússia de "sabotagem diplomática" do TNP, assinado por 191 nações, "numa altura de incerteza e insegurança global" marcada, entre outros acontecimentos, pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro.
"É extremamente dececionante que, mesmo com a oferta dos EUA de novas negociações sobre o controlo do armamento, os Estados detentores de armas nucleares não tenham conseguido chegar a acordo sobre nada de significativo em matéria de desarmamento efetivo", acrescentou o ministro neozelandês, também em comunicado.
As posições australianas e neozelandesas, em sintonia com nações como os Estados Unidos, surgem depois da Rússia vetar uma declaração de consenso, qye critica a situação na fábrica de Zaporíjia (Zaporizhzhya) e exige que a fábrica seja devolvida ao controlo das autoridades ucranianas competentes.
A instalação de Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa, foi tomada pelas tropas russas no início da guerra e nos últimos dias tem sido alvo de repetidos ataques, fazendo soar o alarme sobre um potencial desastre.
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