China emite alerta de inundação em áreas atingidas pela seca

Dezenas de milhares de pessoas foram retiradas de áreas do sudoeste da China onde chuvas fortes causaram riscos de inundação, em contraste com a seca e o calor extremo que atingiram nas últimas semanas esta região, foi hoje divulgado.

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Lusa
29/08/2022 10:02 ‧ 29/08/2022 por Lusa

Mundo

Seca

As fortes chuvas que atingem partes das províncias de Sichuan e Chongqing devem durar pelo menos até terça-feira.

Chongqing, uma cidade construída numa área montanhosa, emitiu um alerta de inundação repentina para os próximos dois dias.

As autoridades locais transferiram 61.000 pessoas em Sichuan para lugares mais seguros, desde a noite de domingo, quando fortes chuvas caíram durante o período da noite, informou hoje a cadeia televisiva estatal CCTV.

Uma vila sob a jurisdição da cidade de Guangyuan registou 18,8 centímetros de nível de precipitação. Esta cidade foi uma das mais afetadas pela seca em Sichuan.

A chuva deve ajudar os agricultores locais, cujo arroz, pimenta e outras culturas estavam a murchar, face a uma seca prolongada que reduziu os níveis dos reservatórios de água.

As temperaturas chegaram a ultrapassar os 40 graus Celsius em várias áreas, situação que foi designada pelos meteorologistas como a onda de calor mais forte na China desde 1961, quando começaram a existir registos.

A mudança no clima trouxe uma redução da temperatura e o fornecimento energético foi totalmente restaurado nas fábricas em Sichuan, após duas semanas de restrições, decorrentes da redução da produção de energia hidroelétrica.

A energia em Sichuan para uso comercial e industrial "foi totalmente restaurada", informou a CCTV.

A procura das famílias por ar condicionado diminuiu, à medida que as temperaturas caíram e as chuvas começaram a reabastecer os reservatórios hidroelétricos.

A geração de energia hidroelétrica na província aumentou 9,5%, em relação ao seu ponto baixo, informou a televisão estatal.

O uso diário de energia pelas famílias caiu 28% de um pico de 473 milhões para 340 milhões de quilowatts-hora, de acordo com a mesma fonte.

A queda na produção de energia hidroelétrica levou as concessionárias de Sichuan a intensificar o uso de carvão nas fábricas, atrasando desta forma os esforços para reduzir as emissões de carbono.

A quota de energia em Sichuan oriunda da queima do carvão saltou de 10% para 25%, com 67 estações geradoras a funcionar em plena capacidade, de acordo com a Caixin, uma revista de informação económica chinesa.

Sichuan é tida como uma história de sucesso na utilização energia limpa na China, obtendo 80% da sua energia de fontes hidroelétricas.

Leia Também: Horticultores do Oeste desesperam com quebras entre 40 e 50% em culturas

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