O homem, prontamente detido, "apontou-lhe uma arma de fogo à cabeça e puxou o gatilho", disse o Presidente, numa emissão nacional.
Fernández disse que este era o "incidente mais grave" desde o regresso da Argentina à democracia, em 1983, e exortou os líderes políticos, e a sociedade em geral, a repudiarem o incidente.
Os apoiantes da vice-Presidente têm-se reunido nas ruas em torno da sua casa, na capital argentina, Buenos Aires, desde a semana passada, quando um procurador solicitou uma pena de 12 anos para Kirchner, bem como uma proibição vitalícia de exercer cargos públicos, no âmbito de um caso de alegada corrupção em obras públicas quando foi Presidente da Argentina (2007-2015).
O atual Presidente, Alberto Fernández, falou pouco depois de um vídeo transmitido nos canais de televisão locais mostrar Cristina Kirchner a sair de uma viatura, rodeada de apoiantes fora da sua casa e, de seguida, um homem a apontar-lhe o que parece ser uma arma de fogo à cabeça.
O Presidente disse que a arma de fogo tinha cinco balas "e não disparou, apesar de o gatilho ter sido premido".
O homem, cuja identidade não foi divulgada oficialmente pelas autoridades, foi detido segundos após o incidente.
A agência noticiosa estatal Télam identificou-o como sendo um cidadão brasileiro.
As tensões têm vindo a aumentar no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, desde o fim de semana, quando apoiantes da vice-Presidente entraram em confrontos com a polícia nas ruas que circundam o seu apartamento, após as forças de segurança terem tentado desmobilizar os manifestantes.
Apesar das questões em aberto, membros do Governo foram rápidos a descrever o incidente desta quinta-feira como uma tentativa de assassínio.
"Quando o ódio e a violência se impõem sobre o debate de ideias, as sociedades são destruídas e geram situações como a que hoje se vê: uma tentativa de assassínio", disse o ministro da Economia, Sergio Massa.
Os ministros do Governo do Presidente Alberto Fernández divulgaram um comunicado conjunto no qual "condenam energicamente a tentativa de homicídio" da vice-Presidente.
"O que aconteceu esta noite é de extrema gravidade e ameaça a democracia, as instituições e o Estado de direito", pode ler-se na nota.
O ex-Presidente Mauricio Macri também repudiou o ataque. "Este acontecimento muito grave exige um esclarecimento imediato e profundo por parte dos órgãos judiciários e de segurança", escreveu Macri na rede social Twitter.
"Enviamos a nossa solidariedade à vice-Presidente neste atentado contra a sua vida", disse na rede social Twitter o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O antigo Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, e candidato às eleições presidenciais, também expressou solidariedade com Kirchner, dizendo que foi "vítima de um criminoso fascista que não sabe como respeitar as diferenças e a diversidade".
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