A Comissão Europeia (CE) vai alertar os Estados-membros para que comecem a distribuir doses de reforço da vacina contra a Covid-19 o mais brevemente possível, para que o continente se antecipe à chegada do outono e do inverno.
Segundo um documento a que a Reuters teve acesso esta sexta-feira, as autoridades da CE preveem um novo aumento de novas infeções por Covid-19, e querem impedir qualquer confinamento ou medidas restritivas antes das temperaturas baixarem.
O mesmo documento acrescenta que mais de 2.300 pessoas morrem por Covid-19 por semana, no bloco europeu, além de uma grande parte da população continuar a ressentir-se com sintomas de Covid longo e problemas psicológicos provocados pelos confinamentos.
Em 2020, depois de um verão em que as infeções foram caindo, a grande maioria dos países europeus assistiu a um crescimento exponencial no número de novos casos e no número de mortos. Portugal, por exemplo, assistiu a uma segunda vaga em setembro e outubro, após o reinício do ano escolar e o regresso das férias; e depois, em janeiro, no inverno, a pandemia atingiu o seu maior pico, matando mais de cem pessoas por dia durante vários dias consecutivos.
Ora, o documento da Comissão Europeia explica que "os dois últimos anos mostraram que a União Europeia pode enfrentar uma nova vaga de Covid-19 este outono e inverno", e afirma que "a vacinação continua a ser a forma mais eficaz de evitar doença grave e, por isso, reduzir a mortalidade".
O organismo executivo da União Europeia irá pedir ainda aos 27 Estados-membros que a vacinação inclua doses preparadas para combater as novas variantes.
"Elas devem ser distribuídas antes da próxima vaga", salienta o documento.
A notícia avançada pela Reuters surge um dia depois da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) ter aprovado as doses de reforço da BioNTech-Pfizer e da Moderna para combater as novas variantes, especialmente as subvariantes da Ómicron, como a BA.5.
Sobre essa decisão, a comissária europeia da saúde, Stella Kyriakides, disse que "é essencial continuar a priorizar um aumento de vacinações primárias e doses de reforço entre todos os indivíduos".
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