"De uma forma geral, achamos muito positivo o facto de a delegação ter chegado e começado a trabalhar, apesar das dificuldades e dos problemas", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
"É demasiado cedo para fazer uma avaliação (...) A equipa continua no local, portanto ainda é demasiado cedo, mas o mais importante é que a missão esteja lá", acrescentou.
A central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa, está desde março ocupada pelas tropas russas no sul da Ucrânia.
A sua inspeção na quinta-feira por uma equipa da AIEA, com a presença do respetivo diretor, Rafael Grossi, era muito aguardada, após semanas de bombardeamentos que fizeram temer uma catástrofe nuclear.
Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente de tais ataques à central, onde se encontram ainda até "domingo ou segunda-feira" alguns elementos da missão da AIEA, como indicou na quinta-feira o diretor daquela agência especializada da ONU.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que entrou hoje no seu 191.º dia, 5.663 civis mortos e 8.055 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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