A responsável do FMI encontrou-se esta segunda-feira na capital norte-americana com o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, no âmbito do processo de negociação do acordo de refinanciamento da dívida com a Argentina.
"Parabenizei o ministro Massa pela nomeação e pela ampliação da sua carteira, e pelos fortes passos que ele e sua equipa económica têm dado para estabilizar os mercados e reverter um cenário de alta volatilidade", salientou Georgieva, citada num comunicado.
A diretora-geral deste organismo também explicou que quer o governo argentino, quer os funcionários do FMI, continuarão a reunir-se virtualmente esta semana com o objetivo de anunciar "nos próximos dias" um novo acordo que abre caminho a desembolsos para cobrir o pagamento da dívida.
Georgieva explicou que o encontro foi "muito positivo" e que ambas as partes aproveitaram para trocar pontos de vista sobre a "frágil" situação económica e social da Argentina, afetada, entre outras coisas, pelo impacto da guerra na Ucrânia na economia.
Também citado no comunicado do FMI, Massa expressou a sua "clara intenção" de mobilizar apoio externo, acentuar os esforços para estabilizar a economia e garantir um crescimento "sustentável" seguindo os princípios da ordem fiscal.
Antes, Massa tinha-se reunido em Washington com a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, e o seu principal conselheiro, David Lipton, assim como Andy Baukol, subsecretário de Assuntos Internacionais, e Michael Kaplan, vice-secretário adjunto dos Negócios Estrangeiros do Hemisfério Ocidental e Ásia.
Sergio Massa divulgou, na rede social Twitter, fotos deste encontro que considerou "muito positivo".
Entre outros temas, o encontro serviu para analisar os desafios que a guerra na Ucrânia representa para a Argentina e os danos que causou à sua situação fiscal e às reservas nacionais, explicou Massa.
O ministro argentino, que assumiu o cargo em agosto deste ano, está há uma semana nos Estados Unidos em viagem a Washington e Houston, com o objetivo de procurar atrair investimentos e captar dólares que aumentem as reservas internacionais do país sul-americano, conforme confirmaram à agência Efe fontes do seu gabinete.
Massa assume as rédeas de uma economia que no ano passado conseguiu recuperar 10,4% após três anos de forte recessão, mas que este ano perdeu vigor, perante um cenário global complexo.
A inflação de 7,4% em julho na Argentina é a maior dos últimos 20 anos, enquanto o acumulado de 71% nos últimos 12 meses é o maior dos últimos 31 anos, divulgou no domingo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC).
A Argentina também sofre de desequilíbrios fiscais e monetários que o acordo de refinanciamento assinado em março passado com o Fundo Monetário Internacional procura corrigir, com o objetivo de reduzir o 'déficit' primário, cortar a ajuda monetária ao Tesouro e acumular reservas monetárias, o que representa um grande desafio e que muitos especialistas consideram difícil de cumprir.
Leia Também: Primeiro-ministro ucraniano deplora "atitude passiva" do FMI