Tribunal de Moscovo ilegaliza sindicato de jornalistas russos
O Tribunal Urbano de Moscovo ilegalizou hoje o Sindicato dos jornalistas da Rússia, organização que se destacou no seu apoio a 'media' declarados "agentes estrangeiros" e que foi acusado de difundir informações falsas sobre a campanha militar russa na Ucrânia.
© Lusa
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O Tribunal acedeu desta forma a um pedido da procuradoria de Moscovo, segundo indicou o diário Kommersant.
A procuradoria justificou o pedido na sequência de uma auditoria, que detetou supostas violações "graves e irreparáveis" cometidas pela organização sindical.
Em particular, indicou que os seus membros não efetuavam cotizações desde 2019.
A procuradoria também indicou que alguns dos membros do sindicato compareceram perante os tribunais por motivos administrativos e após terem participado em manifestações não autorizadas, incluindo a convocada em apoio do jornalista russo Ivan Safronov, condenado a prisão por "alta traição".
O sindicato também foi associado a recolha de fundos em apoio de meios de comunicação declarados "agentes estrangeiros" na Rússia e à sistemática publicação de "informações não verídicas".
O advogado Machim Krupski, defensor da organização, insistiu que a solicitação da procuradoria é ilegal e injustificada, anunciando um recurso da decisão.
Anteriormente, o Tribunal Taganski de Moscovo tinha imposto uma multa de 500.000 rublos (8.300 euros), o máximo aplicável da norma que pune a difusão de "notícias falsas" sobre a campanha militar russa na Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra mais de 5.800 civis mortos e cerca de 8.400 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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