O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou, esta sexta-feira, a Rússia, descrevendo os soldados russos como “assassinos” e “torturadores”, após a descoberta de centenas de corpos em Izyum, cidade libertada nos últimos dias.

Sublinhe-se que a maior parte dos corpos era de civis e  alguns apresentavam sinais de tortura.

Numa mensagem divulgada no Telegram, rede social onde partilhou imagens dos corpos encontrados, o chefe de Estado ucraniano disse que a Rússia “provoca apenas morte e sofrimento”. 

“O mundo inteiro deveria ver isto. Um mundo em que não deveria haver crueldade e terrorismo. Mas tudo isto está lá. E o seu nome é Rússia”, começou por escrever.

“Mais de 400 corpos foram encontrados num cemitério em massa em Izyum. Com sinais de tortura, crianças, vítimas de ataques com mísseis, guerreiros das Forças Armadas da Ucrânia”, descreveu.

“A Rússia deixa apenas morte e sofrimento. Assassinos. Torturadores”, condenou.

Zelensky disse ainda que Moscovo “não vai fugir” e prometeu que a “retribuição será justamente terrível”: “Por cada ucraniano, por cada alma torturada”.

Recorde-se que as autoridades ucranianas desenterraram corpos, alguns deles com marcas de tortura, num cemitério, numa zona recentemente recapturada às forças russas.

Alguns dos corpos foram encontrados com as mãos amarradas nas costas e cordas no pescoço, disse o procurador-chefe da região, Oleksandr Filchakov, admitindo que outras provas de tortura foram igualmente descobertas noutros lugares.

Trabalhadores retiraram corpo após corpo do solo arenoso numa floresta de pinheiros, onde as autoridades dizem estar 445 sepulturas.

As forças ucranianas conseguiram acesso ao local depois de terem recapturado Izyum, bem como grande parte da região de Kharkiv, numa contraofensiva contra o Exército russo.

Autoridades ucranianas disseram que também encontraram evidências de tortura em outros lugares da região.

Testemunhas e um investigador ucraniano disseram que alguns foram baleados e que outros foram mortos por fogo de artilharia, minas ou ataques aéreos.

A agência de Direitos Humanos da ONU já disse que vai investigar as mortes.

As autoridades acreditam que a maioria das pessoas enterradas sejam civis, mas havia pelo menos uma vala comum onde foram descobertos 17 soldados ucranianos.

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