Ucrânia. Central nuclear de Zaporíjia religada à rede elétrica do país

A central nuclear de Zaporíjia foi novamente ligada à rede elétrica ucraniana, indicou hoje a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), após ter ficado privada de eletricidade, o que aumentava o risco de um acidente nuclear.

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Lusa
17/09/2022 19:31 ‧ 17/09/2022 por Lusa

Mundo

AIEA

"A linha de 750 quilovolts reparada está a alimentar a maior central nuclear da Europa (...) com a eletricidade necessária para garantir o arrefecimento dos reatores e outras funções de segurança", anunciou a AIEA num comunicado.

Desde que foi desligada da rede elétrica do país, a central, alvo de bombardeamentos nas últimas semanas, de que russos e ucranianos se acusam mutuamente, e cujos reatores foram parados, só contava com uma fonte de alimentação - a central térmica - para assegurar o arrefecimento das suas instalações. O risco era que essa fonte de alimentação fosse também cortada.

Situada no sul da Ucrânia, sobre o rio Dniepr, a central passou para o controlo das forças russas em março e os bombardeamentos das suas instalações fizeram temer uma catástrofe nuclear.

Uma equipa de especialistas da AIEA, agência nuclear especializada da ONU, conseguiu lá deslocar-se no início de setembro, fazendo cerca de 120 quilómetros por estrada no meio de fogo cruzado, e dois dos seus elementos ficaram lá para manterem uma vigilância permanente às suas condições de funcionamento.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 206.º dia, 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: AIEA aprova resolução que exige saída da Rússia de Zaporíjia

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