A polícia entrou em confronto com manifestantes, no sábado, quando milhares de pessoas se juntaram a uma marcha LGBTQ, na Sérvia, para assinalar o fim da semana do EuroPride, o que resultou na detenção de 64 manifestantes.
Na decorrer do desfile, a polícia confrontou dois grupos de direita que tentavam perturbar o ambiente, divulgou a primeira-ministra Ana Brnabic, segundo a Reuters, acrescentando que 10 polícias ficaram ligeiramente feridos e cinco carros de polícia foram danificados.
"Estou muito orgulhosa por termos conseguido evitar incidentes mais graves", disse Brnabic, a primeira homossexual a ocupar o cargo de primeira-ministra da Sérvia.
O Ministério do Interior sérvio tinha proibido a marcha, invocando razões de segurança, enquanto grupos da extrema-direita ameaçavam realizar as suas próprias manifestações após uma série de protestos anti-Pride na capital. Contudo, face aos apelos de funcionários da União Europeia e de ativistas dos direitos humanos, foi permitida a realização de uma marcha, mas num percurso mais curto.
Os participantes caminharam várias centenas de metros até ao estádio Tsmajdan onde teve lugar um concerto.
A Sérvia é candidata à adesão à União Europeia há uma década, mas os Estados-membros têm expressado ao longo dos anos as suas preocupações quanto ao seu histórico em matéria de direitos humanos.
O casamento homossexual é ilegal no país de menos de sete milhões de habitantes, onde a homofobia está profundamente enraizada, apesar de alguns progressos contra a discriminação.
As marchas do orgulho LGBT de 2001 e de 2010 foram alvo da extrema-direita e ensombradas pela violência. Desde 2014, o desfile EuroPride decorre sem incidentes assinaláveis, mas sob forte proteção policial.
No fim de semana passado, milhares de pessoas, gangues de 'motards', padres ortodoxos e nacionalistas da extrema-direita saíram à rua para exigir o cancelamento do desfile.
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