As autoridades ucranianas afirmaram esta segunda-feira que conseguiram retomar a localidade de Bilohorivka, perto da cidade de Lysychansk, na região de Lugansk. A vitória foi anunciada pelo governador da região, Serhiy Haidai.
No Telegram, Haidai disse que os ucranianos conseguiram o "controlo total" de Bilohorivka - uma pequena vitória que traz ainda mais complicações aos objetivos da Rússia de conquistar o Donbass e segurar as autoproclamadas repúblicas separatistas de Lugansk e Donetsk, que conquistaram no início da guerra.
“[Bilohorivka] é um subúrbio de Lysychansk. Em breve, conseguiremos limpar com uma vassoura estes escumalhas", afirmou o governador, acrescentando que os ucranianos têm de ser "pacientes em antecipação à desocupação em larga escala da região de Lugansk". "Este processo vai ser muito mais difícil do que na região de Kharkiv. Haverá uma luta difícil por cada centímetro de terra de Lugansk”, disse.
Nas imagens partilhadas no Telegram, é possível ver soldados ucranianos a andar por uma rua destruída pelos bombardeamentos, depois da zona ter sido ocupada pelos russos durante dois meses e meio.
A vitória em Lugansk ocorre depois de, em julho, a Ucrânia ter sido obrigada a retirar as suas tropas das cidades de Severodonetsk e Lysychansk, levando a que os russos assumissem o controlo total sobre a região de Lugansk.
No entanto, a recente contraofensiva ucraniana no leste do país, a partir de Kharkiv, resultou na recuperação muito rápida de centenas de vilas e cidades, e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky prometeu que o avanço não ficará por aqui.
No entanto, os avanços pelas forças ucranianas na região de Kharkiv, especialmente em Izium, levaram à tenebrosa descoberta de centenas de valas comuns, onde foram encontrados corpos de civis com marcas de tortura cometida por soldados russos - um cenário semelhante ao encontrado em Bucha, quando foram retomadas vilas em torno de Kyiv.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 5.900 mortos entre a população civil ucraniana, segundo contam os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos - incluindo mais de 300 crianças. No entanto, a organização adverte que o real número de mortos civis poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em zonas ocupadas ou sitiadas pelos russos - em Mariupol, por exemplo, estima-se que tenham morrido milhares de pessoas.
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