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Caos no Kremlin? Putin adia primeiro discurso desde início da guerra

Forbes Rússia diz que discurso será transmitido quando “o Extremo Oriente acordar”. O jornalista do Kremlin indica que a comunicação ao país deverá ser transmitida às 8h de Moscovo (6h em Lisboa)

Caos no Kremlin? Putin adia primeiro discurso desde início da guerra
Notícias ao Minuto

21:39 - 20/09/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Guerra na Ucrânia

Estava previsto que o presidente russo, Vladimir Putin, se iria dirigir ao povo russo, esta terça-feira, pela primeira vez desde o início da invasão à Ucrânia junto do ministro da Defesa. A comunicação seria feita no mesmo dia que foram anunciados referendos nas regiões separatistas da Ucrânia, mas acabou por não acontecer... E o caos no Kremlin terá levado a melhor. 

Sergei Markov, um cientista político russo e ex-assessor próximo de Vladimir Putin, alega que o discurso nacional do presidente foi adiado para amanhã, dia 21 de setembro.

O anúncio de Markov terá sido feito na rede social Telegram e confirmado por uma declaração publicada pela editora da televisão estatal russa RT, onde iria ser transmitido o discurso. Margarita Simonyan escreveu "vão dormir".

Já a Forbes Rússia indicou que o discurso já foi gravado e será transmitido quando “o Extremo Oriente acordar”, tendo obtido esta informação junto de duas fontes do Kremlin. 

Não foram prestados mais esclarecimentos sobre o discurso agora adiado, nem horário para o mesmo. No entanto, o jornalista do Kremlin, Dmitry Smirnov, indicou que a divulgação do discurso será às 08h00 em Moscovo (06h00 em Lisboa).

O general Sir Richard Shirreff indicou, anteriormente, que o atraso na transmissão do discurso de Vladimir Putin se deveu a um cenário "bastante caótico" nos bastidores.

Na ordem do dia estão os referendos nas regiões de Lugansk, Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson para passarem a fazer parte do território da Rússia, um tema que, segundo vários meios internacionais, seria abordado pelo presidente. A Sky News também apontou como possível tema a mobilização geral através da lei marcial, obrigando jovens russos a combater. 

A verdade é que o adiamento surge após várias críticas do Ocidente à realização dos referendos. O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou, esta terça-feira, uma "paródia" os referendos de anexação de regiões ucranianas à Rússia.

Para Macron, os referendos anunciados pelas autoridades pró-russas de anexação de quatro regiões do leste e sul da Ucrânia, controladas por Moscovo, são "mais uma provocação " e "uma caricatura" que, aos olhos dos franceses "não tem consequências legais".

Os EUA e a NATO disseram que a convocação de referendos na Ucrânia é sinal de fraqueza da Rússia. Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que "os referendos fictícios" que a Rússia pretende organizar em várias regiões ucranianas ocupadas são inaceitáveis.

Nem a Turquia deixou de criticar a decisão russa. De acordo com informação avançada pelo meio bielorrusso Nexta, o presidente turco, Erdogan, garantiu que "nunca reconhecerá" os referendos em causa.

Entretanto, no Twitter, Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial de Volodymyr Zelensky, já reagiu ao adiamento. Em tom de ironia, o conselheiro disse que agora era hora de "reescrever o discurso”.

"O autor da potencial 'obra-prima dos referendos' viu a reação que causaria", acrescentou Podolyak. 

Refira-se que foi anunciado que os territórios separatistas pró-russos da região de Donbass, na Ucrânia, vão realizar de 23 a 27 de setembro referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia. 

[Notícia atualizada às 23h50]

Leia Também: Putin defende que armas russas são mais eficientes que as do Ocidente

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