O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou, esta quarta-feira, uma "mobilização militar parcial". Segundo o chefe de Estado, o decreto já foi assinado e a medida entra esta quarta-feira em vigor.
No discurso desta manhã, Putin afirmou que "apenas os cidadãos que se encontram atualmente na reserva e, sobretudo, aqueles que serviram nas Forças Armadas, têm certas especialidades militares e experiência relevante, serão sujeitos a alistamento".
A decisão é justificada com a necessidade de proteger "o povo russo nas terras libertadas". Naquele que foi o primeiro discurso aos "cidadãos russos" desde o início da invasão russa da Ucrânia, Putin sublinhou que "são necessários passos para defender a soberania e integridade territorial da Rússia".
Putin declares partial mobilization.
— Dominik Tarczyński MEP (@D_Tarczynski) September 21, 2022
“Only citizens who are currently in the reserve and, above all, those who served in the Armed Forces, have certain military specialties and relevant experience, will be subject to conscription.“
pic.twitter.com/fIDiptwQgQ
A "mobilização parcial" surge poucos dias antes de os territórios separatistas pró-russos da região de Donbass, no leste da Ucrânia, realizarem - entre 23 e 27 de setembro - referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia.
O objetivo da Rússia é "apoiar aqueles que o regime de Kyiv transformou em reféns" e, segundo Putin, a autoproclamada república popular de Lugansk está praticamente "livre de neonazis". “O nosso objetivo é libertar o Donbass”, asseverou.
O chefe de Estado russo assegurou ainda que a Rússia tem armas "mais modernas" do que a aliança transatlântica NATO e que o Ocidente.
"Quero dizer ao Ocidente: temos muitas armas em nosso poder, não estamos a fazer bluff. O nosso país também tem meios de ataque, mais modernos do que a NATO. Garantiremos a integridade territorial da nossa terra-mãe, a nossa independência e a nossa liberdade, repito, com todos os meios de que dispomos", atirou.
A mensagem de Putin, transmitida em televisão, teve a duração de 14 minutos e terminou com um voto de confiança. "O vento pode mudar e soprar contra eles [Ocidente]. Confio no vosso apoio", concluiu.
[Notícia atualizada às 07h43]
Leia Também: O que significam referendos? "Putin está isolado e tem medo de perder"