Washington "leva a sério" a ameaça nuclear de Putin

O presidente russo, Vladimir Putin, mobilizou hoje centenas de milhares de reservistas para relançar a ofensiva na Ucrânia e brandiu com a ameaça de recorrer a armas nucleares, algo que os Estados Unidos disseram que "levam a sério".

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© SAUL LOEB/AFP via Getty Images

Lusa
21/09/2022 23:35 ‧ 21/09/2022 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Mas o anúncio da mobilização parcial de reservistas provocou manifestações improvisadas em pelo menos 38 cidades russas, que levaram à prisão de pelo menos 1.332 pessoas, constituindo-se como os maiores protestos na Rússia desde os que se seguiram ao anúncio da ofensiva de Moscovo na Ucrânia no final de fevereiro.

Ao discursar na Assembleia Geral da ONU, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por sua vez, atacou a Rússia, também membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, acusando-a de ter "violado descaradamente" os princípios das Nações Unidas com a ofensiva militar na Ucrânia.

Depois de Putin ter ameaçado usar armas atómicas, o Presidente norte-americano respondeu: "uma guerra nuclear é impossível de se vencer e não deve ser travada".

Poucas horas antes, num discurso à nação, Putin disse estar pronto para usar "todos os meios" do arsenal russo contra o Ocidente, que acusou de querer "destruir" a Rússia, garantindo que as suas palavras "não são 'bluff'".

A mobilização de reservistas foi descrita na Europa como uma "admissão de fraqueza" por Moscovo, cujo exército sofreu sérios reveses nas últimas semanas na resposta à contraofensiva das forças ucranianas.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) vão realizar uma reunião informal de emergência na noite de hoje em Nova Iorque (madrugada de quinta-feira em Lisboa) sobre a Ucrânia. 

A questão das novas sanções à Rússia estará "na mesa", segundo o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

A semana de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas começou na terça-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, e irá prolongar-se até à próxima segunda-feira, com a presença de dezenas de chefes de Estado e de Governo.

Esta é a primeira Assembleia Geral desde o início da guerra na Ucrânia e a primeira em formato presencial desde o início da pandemia.

O evento decorre sob o tema "Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados", e terá como foco a guerra na Ucrânia e as crises globais a nível alimentar, climático e energético.

Leia Também: Biden defende alargamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas

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