"Pedimos à China, como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com uma responsabilidade especial, que defenda a Carta da ONU e use a sua influência para acabar com a guerra", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, ao homólogo chinês, Wang Yi, segundo uma mensagem difundida após o encontro.
Os comentários de Wong - que descreveu a ameaça do Presidente russo, Vladimir Putin, de usar armas nucleares, como "impensável e irresponsável" -- foram feitos durante um diálogo "construtivo", à margem da assembleia geral das Nações Unidas.
Wong também reiterou os seus pedidos de contenção na questão de Taiwan, após comentários do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que abriu a possibilidade de enviar forças militares norte-americanas para defender a ilha, no caso de uma invasão chinesa.
A ministra australiana insistiu que, desde 1972, o seu país mantém uma posição unificada de reconhecer o governo em Pequim como o único governo legitimo de toda a China, embora tenha sublinhado que a política de Camberra também "inclui compromissos económicos e de intercâmbio entre pessoas, com Taiwan".
Ao nível das relações bilaterais, Wong indicou que discutiu com Wang as barreiras comerciais impostas por Pequim a vários produtos australianos, a prisão e o julgamento de cidadãos sino-australianos, incluindo a jornalista Cheng Lei e o ativista e acadêmico, Yang Hengjun, entre outros.
"É um longo caminho que ambos os lados terão que percorrer até termos uma relação mais estável", disse Wong.
Os laços diplomáticos entre a Austrália e a China foram abalados por vários desentendimentos, incluindo a exclusão, em 2018, por motivos de segurança nacional, das empresas chinesas Huawei e ZTE, da infraestrutura 5G da Austrália.
Desde então, as relações deterioraram-se devido a questões como a aprovação na Austrália de leis contra a interferência e espionagem estrangeira, após serem conhecidas doações chinesas a políticos australianos, e ciberataques a agências estatais e universidades, atribuídas à China.
Pequim retaliou com a imposição de taxas alfandegárias punitivas sobre vários produtos australianos, sobretudo após a Austrália ter apelado a uma investigação independente sobre a origem da covid-19.
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