O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, esta quarta-feira, que continua a "coordenar as ações" com a comunidade internacional em resposta aos "falsos" referendos organizados pela Rússia em território ucraniano e avisou que "não estamos em 2014", numa referência à anexação da Crimeia.
No seu habitual discurso noturno, o chefe de Estado ucraniano lembrou que hoje "fez uma série de negociações", tendo conversado com vários líderes mundiais, nomeadamente com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e ainda com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
"A nossa principal tarefa agora é coordenar as ações com os parceiros em resposta aos falsos referendos organizados pela Rússia e a todas as ameaças relacionadas. Não estamos em 2014. Tudo está claro para todos. E certamente haverá ações", começou por referir.
"Obrigado a todos pelo apoio claro e inequívoco. Obrigado a todos pela compreensão da nossa posição. A Ucrânia não pode e não vai tolerar qualquer tentativa da Rússia de tomar qualquer parte de nossa terra", acrescentou.
Zelensky adiantou que amanhã continuará a "comunicação intensiva com os líderes" e aproveitou para sublinhar que cada passo da Rússia para uma escalada do conflito confirma uma resposta ainda mais dura a nível internacional.
"Se alguém na Rússia pensa que pode 'safar-se' de tudo o que está a fazer no território ocupado, se alguém na Rússia espera que o mundo abandone os seus próprios valores, assustado com outro anúncio russo de anexação, está errado. Cada passo de escalada subsequente do ocupante apenas confirma o facto de que o mundo deve agir ainda mais duramente", afirmou.
O presidente ucraniano terminou o seu discurso com uma mensagem para os russos, dando a entender que as forças do país continuam a sua contraofensiva no campo de batalha e que é hora de ficar "longe" da Ucrânia e lutar... pela Rússia.
"Quanto à situação na frente, tudo está claro para nós. Portanto, repito novamente… Para quem entende apenas russo", disse.
"Se queres viver, corre. Se queres viver, rende-te. Se queres viver, luta nas ruas pela tua liberdade. Tudo te foi tirado de qualquer maneira. Ou talvez alguns de vocês tenham plataformas de petróleo? Palácios? Vinhas? Talvez iates? Ou algum banco? Pelo que estás a lutar? A única coisa que tens são empréstimos, algo para comer à noite e agora há mobilização. Lute pelo que é teu! Fica longe da nossa terra, da nossa alma e da nossa cultura", rematou.
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