Sobe para 14 o número de mortos em ataques do Irão no Curdistão iraquiano

O número de mortos nos ataques realizados pelo Irão no Curdistão iraquiano, na quarta-feira, subiu para 14 e outras 59 pessoas ficaram feridas, disseram hoje fontes das autoridades curdo-iraquianas.

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Lusa
29/09/2022 09:18 ‧ 29/09/2022 por Lusa

Mundo

Curdistão

 

Uma fonte do Ministério da Saúde do Governo regional curdo-iraquiano disse à agência de notícias Efe, sob condição de anonimato, que entre as vítimas da série de ataques realizados pela Guarda Revolucionária iraniana estão mulheres e crianças.

Os ataques teriam ocorrido, segundo a mesma fonte, devido ao apoio às manifestações que ocorrem no Irão devido à morte da jovem Mahsa Amini, após ser detida pela polícia da moralidade iraniana em 13 de setembro, em Teerão. A jovem morreu a 16 de setembro no hospital, data em que começaram os protestos no Irão.

As autoridades curdo-iraquianas haviam avançado na quarta-feira que nove pessoas tinham morrido e outras 32 ficaram feridas nos ataques iranianos.

Na noite de quarta-feira, as autoridades curdo-iraquianas declararam, num comunicado, que "70 mísseis balísticos e 'drones' carregados com material explosivo foram lançados a partir do território iraniano em quatro operações".

Uma fonte militar, que pediu anonimato, disse à Efe que "as posições de partidos curdos iranianos, incluindo o Partido Democrático Curdo e o Partido para a Libertação do Curdistão, foram alvos de drones e mísseis".

A Guarda Revolucionária do Irão confirmou logo após o ataque que havia bombardeado "grupos terroristas" no norte do Iraque pelo quinto dia consecutivo.

Esta série de atentados provocou a condenação do Governo regional do Curdistão, que ficou "surpreso" com o ataque, e de Bagdad, que alertou que irá tomar medidas ao mais alto nível diplomático para que tais ações não se repitam.

Os protestos no Irão começaram há duas semanas, após a morte sob custódia da polícia de Mahsa Amini, de 22 anos, que foi detida por incumprimento os requisitos de vestuário obrigatório para mulheres.

A televisão estatal iraniana afirmou, no seu mais recente balanço, que 41 pessoas morreram, mas esclareceu que esta é sua própria estimativa e não números oficiais.

As autoridades iranianas insistem que os protestos são incitados pelo "inimigo estrangeiro" com a intervenção de embaixadas e serviços de informação de outros países.

Os curdos são a maior minoria étnica sem Estado próprio, composta por 30 milhões de pessoas distribuídas principalmente entre Turquia, Irão, Iraque e Síria.

Leia Também: Reino Unido e Alemanha condenam ataque "inaceitável" do Irão

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