A fuga de gás do Nord Stream, que aconteceu esta semana no Mar Báltico, é, provavelmente, um dos maiores eventos na libertação de metano para a atmosfera de que há registo, de acordo com cientistas citados pela Associated Press (AP).
"Daquilo que vi esta é uma libertação sem precedentes para a atmosfera de metano fóssil, [que acontece] num período muito curto e vindo de uma fonte concentrada", explicou à AP a presidente da Academia de Ciências dos Estados Unidos.
O metano é um dos gases que aquece mais o planeta, contribuindo assim para o agravamento das alterações climáticas.
Marcia McNutt relembrou ainda à AP que este gás desaparece mais rápido da atmosfera do que o dióxido de carbono, o que é “provavelmente um pequeno consolo para os cidadãos da Florida e de outros lugares que já estão a ser atingidos por tempestades tropicais mais frequentes e mais mortais, sobrecarregadas por um oceano superaquecido por liberações de gases de efeito estufa na atmosfera”.
Quando a esta fuga, não há ainda certezas sobre a quantidade que foi libertada e dos estragos que este incidente causou, no entanto, os especialistas dizem que haverá danos imediatos para a vida marinha e para a pesca no Mar Báltico.
Os cientistas explicam que a libertação deste gás sempre aconteceu naturalmente no fundo do oceano, mas que as quantidades são pequenas e que o gás é absorvido, principalmente, pela água do mar. "
Quando o metano vaza naturalmente das aberturas no fundo do oceano, as quantidades geralmente são pequenas e o gás é absorvido principalmente pela água do mar. "Mas esta não é uma situação normal", lembra um cientista da Universidade de Stanford, no Reino Unido.
"Não estamos a falar de bolhas de metano que vão até à superfície como água gaseificada, mas sim uma vasta quantidade de gás", notou Rob Jackson, que juntamente com outros cientistas, defendeu que é estimado que entre 50% a 100% do total de metano emitido após a fuga de gás deverá chegar à atmosfera.
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