No rescaldo de mais uma conquista das tropas ucranianas, é importante perceber por que razão é que a tomada de Lyman, na região de Donetsk, é um ponto-chave nesta guerra, que já dura há mais de seis meses.
A localização é a chave?
Lyman fica a cerca de 100 quilómetros da cidade de Kharkiv, que é a segunda maior cidade da Ucrânia. Maior só Kyiv, que também foi tomada pelos russos - e, entretanto, reconquistada pelos ucranianos.
Quando os russos tomaram controlo da cidade, a mesma passou a ser uma localização ideal para o transporte de materiais russos, assim como para a comunicação.
Mais perto ainda de Lyman fica Severodonetsk, onde se localiza uma das pontes que já foi palco de batalha entre os russos e ucranianos - pelo seu local estratégico. É que não só Lyman é um ponto estratégico, mas também o é essa cidade, onde está uma ponte - destruída já por várias vezes pelos ucranianos - que serve, tal como em Lyman, de ligação para o transporte de mantimentos e materiais vindos da Rússia.
No rescaldo da anexação
Lyman é uma das cidades que estava sob controlo russo na região separatista da Ucrânia. Ao mesmo tempo em que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, dava "as boas-vindas" a todos os residentes de Donetsk, Lugansk, Zaporíjia e Kherson - após a anexação ilegal -, as tropas ucranianas anunciavam um certo a Lyman.
Já ontem, no discurso habitual diário, Volodymyr Zelensky referia que "todos assistimos ao que está a acontecer na cidade", referindo-se ao cerco, e à vinda de boas notícias - que chegaram este sábado, com o anúncio do ministério da Defesa da Rússia, citado pelas agências internacionais, a dizer que as tropas tinham abandonado a cidade - que foi anexada ilegalmente.
E a resposta internacional?
Após a retirada das tropas russas, já existiram respostas internacionais e conselhos destinados a Putin. O líder da Chechénia, Ramzan Kadyrov, sugeriu que a Rússia devia considerar o uso de armas nucleares de baixo rendimento.
"Na minha opinião, medidas mais drásticas deviam ser tomadas, tanto com a declaração da lei marcial nas fronteiras [da Rússia] e também com o uso de armas nucleares de baixo rendimento", escreveu o responsável no Telegram.
Já o ministério da Defesa da Rússia garantiu também, em comunicado, que apesar da retirada, tinham provocado baixas no exército ucraniano. "Apesar das perdas sofridas, o inimigo, que tinha uma vantagem superior em forças e meios, introduziu reservas e continuou nesta direção", explicaram, em comunicado.
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