Entradas de russos na UE estão "estáveis" apesar de mobilização parcial

As entradas de cidadãos russos na União Europeia (UE) "permanecem estáveis" apesar do anúncio da Rússia de mobilização parcial de reservistas para a guerra da Ucrânia, anunciou hoje a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex).

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Lusa
05/10/2022 14:44 ‧ 05/10/2022 por Lusa

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Ucrânia

"Apesar da mobilização parcial anunciada pela Rússia, o fluxo regular de cidadãos russos nas fronteiras da UE permanece estável. Isto segue-se à implementação de várias restrições nas autorizações de residência e políticas de emissão de vistos a nível da UE, bem como de medidas unilaterais tomadas pelos países da União diretamente vizinhos da Rússia", anuncia a Frontex numa informação hoje divulgada.

Duas semanas depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado uma mobilização parcial de 300 mil reservistas em idade de combater, por considerar que o objetivo do Ocidente é destruir a Rússia, a Frontex revela que, entre 26 de setembro e 02 de outubro, "cerca de 53 mil cidadãos russos entraram na UE, menos 20% do que na semana anterior".

"A maioria deles [dos russos que entraram na semana passada] atravessou pela Finlândia - mais de 29 mil -, que permaneceu durante um breve período o único país da UE que faz fronteira com a Rússia com o menor número de restrições após o anúncio de mobilização parcial", aponta a agência europeia de guarda costeira no comunicado.

De acordo com a Frontex, a maioria dos russos está então a entrar na UE através de pontos de passagem fronteiriços finlandeses, mas, tal como na semana anterior, estes cidadãos possuem autorizações de residência ou vistos para Estados-membros da UE ou países associados de Schengen, enquanto outros têm dupla nacionalidade.

A estimativa desta entidade é que "a chegada de cidadãos russos à UE seja provavelmente limitada tanto do lado da UE por uma política mais rigorosa de vistos, como por medidas tomadas pela Rússia para dissuadir homens em idade de combater de deixar o país".

Esta agência europeia ressalva, porém, que as travessias ilegais da Rússia para a UE poderão "aumentar perante um encerramento de fronteiras para potenciais recrutas".

Em 19 de setembro, Polónia, Lituânia, Letónia e Estónia introduziram restrições à entrada de cidadãos russos que viajam exclusivamente para fins de turismo ou lazer, enquanto dias depois, em 28 de setembro, a Letónia anunciou uma situação de emergência nas zonas limítrofes da Rússia e todos os Estados-membros da região aumentaram a vigilância fronteiriça na fronteira russa.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou em 21 de setembro passado uma mobilização parcial dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está no sétimo mês do conflito.

A medida, que foi justificada com a necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país, abre caminho para uma escalada no conflito na Ucrânia.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro passado.

Leia Também: Frontex: Número de russos que entra na UE sobe 30% depois de mobilização

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