"Apesar da mobilização parcial anunciada pela Rússia, o fluxo regular de cidadãos russos nas fronteiras da UE permanece estável. Isto segue-se à implementação de várias restrições nas autorizações de residência e políticas de emissão de vistos a nível da UE, bem como de medidas unilaterais tomadas pelos países da União diretamente vizinhos da Rússia", anuncia a Frontex numa informação hoje divulgada.
Duas semanas depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado uma mobilização parcial de 300 mil reservistas em idade de combater, por considerar que o objetivo do Ocidente é destruir a Rússia, a Frontex revela que, entre 26 de setembro e 02 de outubro, "cerca de 53 mil cidadãos russos entraram na UE, menos 20% do que na semana anterior".
"A maioria deles [dos russos que entraram na semana passada] atravessou pela Finlândia - mais de 29 mil -, que permaneceu durante um breve período o único país da UE que faz fronteira com a Rússia com o menor número de restrições após o anúncio de mobilização parcial", aponta a agência europeia de guarda costeira no comunicado.
De acordo com a Frontex, a maioria dos russos está então a entrar na UE através de pontos de passagem fronteiriços finlandeses, mas, tal como na semana anterior, estes cidadãos possuem autorizações de residência ou vistos para Estados-membros da UE ou países associados de Schengen, enquanto outros têm dupla nacionalidade.
A estimativa desta entidade é que "a chegada de cidadãos russos à UE seja provavelmente limitada tanto do lado da UE por uma política mais rigorosa de vistos, como por medidas tomadas pela Rússia para dissuadir homens em idade de combater de deixar o país".
Esta agência europeia ressalva, porém, que as travessias ilegais da Rússia para a UE poderão "aumentar perante um encerramento de fronteiras para potenciais recrutas".
Em 19 de setembro, Polónia, Lituânia, Letónia e Estónia introduziram restrições à entrada de cidadãos russos que viajam exclusivamente para fins de turismo ou lazer, enquanto dias depois, em 28 de setembro, a Letónia anunciou uma situação de emergência nas zonas limítrofes da Rússia e todos os Estados-membros da região aumentaram a vigilância fronteiriça na fronteira russa.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou em 21 de setembro passado uma mobilização parcial dos cidadãos do país, quando a guerra na Ucrânia está no sétimo mês do conflito.
A medida, que foi justificada com a necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país, abre caminho para uma escalada no conflito na Ucrânia.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro passado.
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