Uma das agentes que está sob investigação interna devido ao massacre na escola primária em Uvalde, no estado norte-americano do Texas, foi contratada pelo distrito escolar e, esta quinta-feira, despedida.
O caso foi conhecido na quarta-feira à noite, quando a CNN identificou Crimson Elizondo como uma das mais de 400 agentes que estiveram na escola primária Robb, e demoraram mais de uma hora a entrar em ação.
De acordo com as publicações internacionais, Elizondo foi contratada pelo distrito escolar de Uvalde - responsável por manter a segurança nos campus escolares - depois de, em agosto, ter saído das forças que responderam ao massacre, tendo continuado a ser investigada.
The officer, Crimson Elizondo, was among 91 troopers on the scene of the mass shooting.https://t.co/vluBEjEFdv pic.twitter.com/m8InBcYyda
— MySA (@mySA) October 6, 2022
A notícia gerou polémica entre os pais e deputados texanos, que criticaram esta contratação.
"Estamos enojados e zangados com o Distrito Independente de Escolas de Uvalde por ter contratado Crimson Elizondo. A sua contratação coloca em causa a credibilidade e rigor dos recursos humanos e exercícios de fiscalização", lê-se num comunicado de alguns dos familiares das vítimas.
"E confirma-se aquilo que sempre temos vindo a dizer: o distrito escolar não se preocupa em garantir a segurança das nossas crianças na escola", rematam.
Os familiares das vítimas do massacre - na sequência do qual morreram 21 pessoas, entre as quais 19 crianças - exigem respostas sobre a razão pela qual esta agente em particular foi contratada, se hesitou, tal como muitos outros, em agir.
De acordo com documentos citados pelos meios de comunicação, o distrito escolar contactou, em julho, o Departamento de Segurança Pública, por forma a pedir informações sobre esta agente. Este departamento terá respondido que a agente estava sob investigação interna, uma vez que as suas ações na escola primária Robb eram "inconsistentes com o treino e com os critérios necessários".
"Pedimos desculpa às famílias das vítimas e à comunidade Uvalde pela dor que esta revelação trouxe", lê-se num comunicado emitido também hoje.
Ainda segundo a CNN, um dos vídeos gravados no local pelas câmaras que estão nas fardas, capta a agente no dia do massacre a dizer: "Se o meu filho estivesse ali, juro-te que não teria ficado de fora. Posso prometer isso".
No mesmo mês em que o distrito escolar pediu informações sobre esta agente, um relatório faca conta das "más decisões que foram tomadas no local", que fizeram com que vários agentes, incluindo o chefe da polícia, fosse despedido.
Leia Também: Parkland. Atirador escolheu Dia dos Namorados de propósito para massacre