O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, revelou esta quinta-feira que, desde o dia 1 de outubro, já foram recuperados mais de 500 quilómetros quadrados na região de Kherson e garantiu que chegará também o dia em que se falará sobre a libertação da Crimeia.
“Desde 1 de outubro, mais de meio milhar de quilómetros quadrados de território e dezenas de colonatos foram libertados do referendo fictício russo e estabilizados apenas na região de Kherson”, destacou o chefe de Estado ucraniano, na sua comunicação diária ao país.
Sublinhe-se que o presidente russo, Vladimir Putin, formalizou, na sexta-feira, a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia, após a realização de referendos entre os dias 23 e 27 de setembro.
Zelensky acrescentou que “há também sucessos na direção oriental” e que “chegará certamente o dia” em que serão relatados sucessos na região de Zaporíjia, “nas áreas que ainda estão sob o controlo dos ocupantes”. “Chegará o dia em que também falaremos sobre a libertação da Crimeia”, frisou.
Contudo, reconheceu, “ainda há algum caminho a percorrer” e “muito a suportar e muito a fazer”, tanto para o povo ucraniano, como para os países aliados.
O presidente da Ucrânia saudou também a decisão do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Rossi, que considerou hoje em Kyiv que, para o organismo da ONU, a central nuclear de Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia e ocupada e nacionalizada pela Rússia, continua a ser ucraniana.
“Foi importante ouvir do senhor Grossi que a comunidade internacional só contactará a Ucrânia em relação à central, porque se trata de propriedade ucraniana. Foi, é e será”, afirmou.
Zelensky alertou que “agora há cerca de quinhentos ocupantes na central”, o que significa “quinhentos riscos de catástrofe”. “O mundo compreende isto. E estou grato pelo apoio de todos os que lutam pelo regresso do pleno controlo ucraniano sobre a estação e pela sua completa desmilitarização”, acrescentou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e nove mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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