França, Noruega e NATO saúdam laureados com o Nobel da Paz

O presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, saudaram hoje a atribuição do Nobel da Paz a defensores dos direitos humanos e da democracia na Rússia, Bielorrússia e Ucrânia.

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Lusa
07/10/2022 15:57 ‧ 07/10/2022 por Lusa

Mundo

Nobel da Paz

O Prémio Nobel da Paz 2022 foi, esta sexta-feira, atribuído ao ativista bielorrusso Ales Bialiatski e às organizações de defesa dos direitos humanos Memorial, da Rússia, e Centro para as Liberdades Civis, da Ucrânia, anunciou o Comité Nobel norueguês.

Ales Bialiatski, de 60 anos e atualmente preso na Bielorrússia, fundou a organização Viasna (Primavera) em 1996 para ajudar presos políticos e as respetivas famílias, na sequência da repressão imposta pelo regime do presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.

A organização russa Memorial foi criada em 1987 para investigar e registar crimes cometidos pelo regime soviético, mas tem denunciado violações de direitos humanos na Rússia, e o Centro para as Liberdades Civis surgiu em Kyiv, em 2007, para fazer avançar os direitos humanos e a democracia na Ucrânia.

Ao anunciar o prémio, a presidente do Comité Nobel norueguês, Berit Reiss-Andersen, disse que os laureados representam a sociedade civil dos três países de que procedem, no centro das atenções desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro deste ano, com o apoio da Bielorrússia, aliada de Moscovo.

A invasão russa da Ucrânia piorou mais ainda o relacionamento do Kremlin com os vizinhos do Ocidente. Mesmo antes da ofensiva, as relações estavam tensas pelo facto de o presidente russo, Vladimir Putin, apoiar os separatistas pró-russos na Ucrânia, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e o chefe de Estado sírio, Bashar al-Assad, e por causa da repressão de opositores políticos dentro do país, como Alexei Navalny.

O presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos primeiros líderes mundiais a elogiar os laureados, escrevendo na rede social Twitter que a sua distinção "homenageia os inabaláveis defensores dos direitos humanos na Europa".

"Artífices da paz, eles sabem que podem contar com o apoio de França", acrescentou o chefe de Estado francês.

Por sua vez, o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, afirmou esperar que "as autoridades leiam a justificação da atribuição do prémio e a levem a sério".

"Ela envia um sinal de que manter repressão sobre a sociedade civil serve para proteger o próprio poder. Isso é visto do exterior e é criticado", sublinhou.

O secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), Jens Stoltenberg, saudou os vencedores do Nobel da Paz 2022, escrevendo no Twitter que "o direito de dizer a verdade ao poder é fundamental em sociedades livres e abertas".

Segundo a presidente do Comité Nobel norueguês, é isso mesmo que os três vencedores deste ano têm feito: "Há muitos anos que promovem o direito de criticar o poder e proteger os direitos fundamentais dos cidadãos. Têm feito um esforço notável para documentar crimes de guerra, abusos dos direitos humanos e abusos de poder".

"Juntos, demonstram o significado da sociedade civil para a paz e a democracia", acrescentou Reiss-Andersen.

Em 2021, o Nobel da Paz foi atribuído aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Muratov, da Rússia, pela defesa da liberdade de imprensa e de expressão.

Leia Também: Putin deve enfrentar um "tribunal internacional", disse Nobel da Paz

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