O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou, esta sexta-feira, a Rússia de ser o “Estado mais antieuropeu do mundo moderno” e travar uma guerra contra a “parte ucraniana da Europa”.
“Para a maioria dos europeus, a Ucrânia é uma parte integrante do espaço europeu. O espaço de liberdade, democracia, desenvolvimento social e valores fundamentais que nos unem a todos torna a Europa tão atraente para muitas pessoas de outras partes do mundo”, começou por afirmar o chefe de Estado no seu discurso no Conselho Europeu.
Zelensky lembrou o passado de “discórdia, ambições bélicas, falta de liberdade, desigualdade” do continente europeu, em que os cidadãos “tinham de fugir para outras partes do mundo para sobreviver”, e garantiu: “A Rússia não será capaz de empurrar o nosso continente comum para tal passado”. Como tal, é preciso responder à Rússia com “unidade”.
“Especialmente agora - numa altura em que a Europa está a ser tão brutalmente atacada a muitos níveis pelo Estado mais antieuropeu do mundo moderno - a Rússia”, frisou. “A Rússia trouxe a guerra à nossa terra - à parte ucraniana da Europa”.
Zelensky acusou ainda a Rússia de colocar a Europa numa “grave crise de preços”, através da “manipulação do mercado de energia”, e de colocar “uma pressão sem precedentes sobre o nível de vida da maioria absoluta dos europeus”.
Apesar de reconhecer que “todos preferimos gastar o dinheiro que gastamos em armamento em objetivos completamente diferentes”, o responsável apelou ao envio de mais armas e munições e lembrou que a ocupação da central nuclear de Zaporíjia pode desencadear um “acidente nuclear”. “Neste momento há 500 terroristas russos na fábrica de Zaporíjia. E não há lá lugar para eles! Isto é essencial para a segurança nuclear”, destacou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e nove mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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