"A reação do regime de Kyiv aos danos da infraestrutura civil demonstra a sua natureza terrorista", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, citada por agências de notícias russas.
As autoridades ucranianas divulgaram hoje vários comentários irónicos sobre a explosão, sem reivindicar responsabilidade.
A ponte que liga a Rússia continental à península da Crimeia foi alvo de uma explosão na sequência, de acordo com as agências de notícias RIA Novosti e Tass, a um incêndio num depósito de combustível.
A circulação rodoviária na ponte foi cortada, apesar de se tratar de um ponto de acesso chave que Rússia construiu depois de ter ocupado e anexado a Crimeia da Ucrânia, em 2014, em violação do direito internacional.
O incêndio aconteceu horas após explosões terem atingido a cidade ucraniana de Kharkiv, esta manhã.
Segundo a União das Seguradoras da Rússia, os danos causados à ponte devem ficar entre os 3,3 milhões e os 8,2 milhões de euros.
A organização não tem, atualmente, informações sobre os contratos de seguro vigentes para a infraestrutura, que custou na época em que foi construída cerca de 3,6 mil milhões de euros e foi construída pela empresa do empresário Arkadi Rottenberg, amigo do Presidente russo, Vladimir Putin.
A Rússia abriu uma investigação criminal à explosão, tendo a comissão indicado que, segundo informações preliminares, um camião terá explodido esta manhã na ponte, causando um incêndio em sete vagões de combustível num comboio com destino à península da Crimeia.
O incidente teve como resultado o desmoronamento de duas secções da ponte onde passavam os carros.
A ponte é um símbolo da anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.
Em maio de 2018, Putin inaugurou a secção automobilística da ponte da Crimeia sobre o Estreito de Kerch, a mais longa da Europa, com 19 quilómetros, para contornar o isolamento da península.
No final de 2019, foi também inaugurado o troço ferroviário sobre a ponte, condenado tanto pela Ucrânia como pelo Ocidente, que continuam a considerar a península como parte do território ucraniano.
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