O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico referiu que impôs um congelamento dos ativos e proibição de viagens à "polícia da moralidade na sua totalidade, bem como ao seu responsável, Mohammed Rostami Cheshmeh Gachi, e ao chefe da divisão de Teerão, Haj Ahmed Mirzaei".
Também na lista estão Gholamreza Soleimani, chefe da força Basij do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica, Hassan Karami, comandante da unidade de forças especiais da polícia iraniana e Hossein Ashtari, comandante da polícia iraniana.
Para James Cleverly, secretário dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, estas sanções "enviam uma mensagem clara às autoridades iranianas" de que estão a ser "responsabilizadas pela repressão a mulheres e meninas e pela violência chocante que infligida ao próprio povo".
Masha Amini, de 22 anos, era curda, pelo que a sua morte foi particularmente sentida na região, onde, aliás, tiveram início as manifestações, em 17 de setembro, dia do seu funeral.
A jovem mulher morreu em 16 de setembro depois de ter sido detida em Teerão pela chamada polícia da moralidade iraniana, que fiscaliza a forma como as mulheres cobrem os seus cabelos, assim como se vestem.
Foi detida por estar a usar, alegadamente, de forma errada o 'hijab' (o véu tradicional muçulmano que cobre a cabeça e os ombros).
A sua morte provocou protestos que se têm multiplicado, dentro e fora do território iraniano, e se transformaram em grandes mobilizações -- que já somam quatro semanas -, com mulheres a queimarem véus e a mostrarem os cabelos em público, apesar da forte repressão das forças de segurança.
O Governo do Irão insiste que Masha Amini não foi maltratada, mas a sua família diz que o seu corpo apresentava hematomas e outros sinais de espancamento.
Ao entrar na quarta semana de protestos, alguns vídeos mostram algumas mulheres a marchar pelas ruas sem lenços na cabeça, enquanto outras confrontam as autoridades e acendem fogueiras na rua.
As manifestações representam um dos maiores desafios para a teocracia do Irão desde os protestos do Movimento Verde em 2009.
Embora os protestos tenham começado há quase um mês, nas últimas semanas têm-se intensificado em todo o país e, internacionalmente, vários países ocidentais já exigiram a aplicação de novas sanções ao governo de Teerão em resposta à repressão realizada contra os manifestantes.
A Organização não-governamental Iran Human Rights (IHR) estimou esta segunda-feira que os protestos já provocaram, pelo menos, 185 mortes, 19 delas crianças.
O Irão acusou os Estados Unidos, Israel, Arábia Saudita e parceiros ocidentais de estarem a orquestrar "uma espécie de conspiração estrangeira" para "enganar" a juventude do país para causar "motins violentos" depois de terem "falhado as tentativas de guerra económica", por via das sanções.
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