Dois ativistas pelo clima e membros do movimento Extinction Rebellion colaram-se a um quadro do pintor Pablo Picasso, na National Gallery of Victoria, em Melbourne, na Austrália, como forma de protesto contra as alterações climáticas, no domingo.
O homem e a mulher, de 59 e 49 anos, respetivamente, usaram supercola para se colar ao acrílico da obra Massacre na Coreia (1951), exibindo um cartaz onde se podia ler “Caos climático = guerra e fome”, no chão.
Segundo o The Guardian, os manifestantes tinham como alvo o quadro do pintor espanhol para urgir todos os governos, empresas e instituições a agir perante a crise climática.
O mesmo meio indica ainda que o grupo Extinction Rebellion, que reivindicou a ação na rede social Twitter, sabia que poderia realizar o protesto sem danificar a peça de arte, colando-se ao acrílico que a protege. Na verdade, a galeria terá usado acetona para dissolver a cola, revelando que a obra saiu ilesa – ainda que a exposição tenha ficado inacessível temporariamente.
"What one does is what counts. Not what one had the intention of doing."
— Extinction Rebellion (@ExtinctionR) October 9, 2022
-Pablo Picasso.
Global emissions must be reduced now to save lives. https://t.co/0Fim58QkfA
Imagens divulgadas nas redes sociais – que poderá ver na galeria acima – mostram os ativistas em pleno protesto, ecoando “parem com o carvão, parem com o gás, parem com o petróleo, parem a desflorestação”.
Tony Gleeson, um dos manifestantes, disse em comunicado que a obra de Picasso representa o sofrimento da guerra, que “acabará por nos colocar na linha de fogo”, à medida que o “sofrimento” e o “colapso da sociedade” aumentam e se aproximam.
“Não há ações demasiado extremistas a tomar neste momento para chamar à atenção para a urgência de resolver este problema”, considerou.
Os cidadãos e uma outra pessoa de 49 anos, suspeita de ter ajudado na concretização do protesto, foram retirados por volta das 14h00, tendo sido detidos. Foram, contudo, libertados sem qualquer acusação, estando a cooperar com as autoridades na investigação.
Leia Também: Ambiente e Ação Climática com financiamento de 5,12 mil milhões