Governo do Chade demite-se após anúncio de governo de unidade nacional
O primeiro-ministro do Chade demitiu-se hoje, um dia após o líder da junta militar, Mahamat Idriss Déby, anunciar a formação de um governo de "unidade nacional", anunciaram as autoridades chadianas.
© Getty Images
Mundo Chade
Albert Pahimi Padacké, que tinha sido nomeado há 18 meses pelo líder da junta, apresentou a sua demissão e a do seu Governo numa audiência com Déby, que aceitou a renúncia.
Na segunda-feira, Déby foi investido Presidente por um novo período transitório de dois anos, com vista a preparar "eleições livres e democráticas" prometidas há 18 meses.
Em 20 de abril de 2021, uma junta militar de 15 generais promoveu a investidura de Déby como presidente de transição deste vasto país do Sahel após a morte do seu pai, Idriss Déby Itno, na frente de combate com os rebeldes, ao fim de 30 anos de mandato.
No seu discurso de investidura na segunda-feira, o líder chadiano, de 38 anos, prometeu formar "nos próximos dias" um Governo de unidade nacional.
"O Governo de unidade nacional que será estabelecido nos próximos dias trabalhará para que a vontade do povo chadiano não sofra qualquer revés", disse Déby, antes de destacar que estas autoridades "trabalharão para responder às preocupações legítimas da população".
E insistiu que entre os principais objetivos da nova fase da transição estarão "a organização de um referendo", "a organização de eleições" e a melhoria da "segurança interna" para "pôr fim aos conflitos intercomunitários".
O Presidente de transição prometeu dar "uma atenção especial à justiça" e trabalhar para melhorar a vida da população "em termos de acesso a água potável e energia, serviços de saúde, educação de qualidade, empregos decentes, segurança alimentar e infraestruturas rodoviárias".
O Chade prolongou no início de outubro, até ao máximo de dois anos, o período de transição até às eleições, mantendo como chefe de Estado o líder da junta militar, que será autorizado a candidatar-se à presidência do país.
As medidas foram decididas pelo Diálogo de Reconciliação Nacional (DNIS), lançado a 20 de agosto, 16 meses após o general Mahamat Idriss Déby Itno ter sido proclamado pelo exército como presidente após a morte do seu pai, Idriss Déby Itno, morto durante confrontos com os rebeldes.
O governante tinha prometido devolver o poder aos civis após 18 meses, prazo que terminaria este mês.
A morte de Idriss Déby Itno - que estava no poder desde 1990, após liderar um golpe que derrubou o ditador Hissène Habré - foi um duro golpe para a estabilidade do país e da região, devido à importância do território na luta contra o terrorismo internacional no Sahel e na bacia do Lago Chade.
Desde a sua independência de França, em 1960, a história do Chade tem sido marcada por golpes e ofensivas rebeldes.
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