"A religião é um direito sagrado e fundamental e deve ser respeitado por todas e todos nós", lê-se no documento assinado pelo ex-presidente brasileiro.
"Todas as religiões exercem um papel essencial na formação do ser humano. Portanto, as igrejas são instituições de fundamental importância na constituição de uma sociedade e precisam ser valorizadas, pois além de serem espaços sagrados de celebração e relação com Deus, ajudam a promover a paz, a justiça e a fraternidade", acrescentou.
Luiz Inácio Lula da Silva lembrou que a Constituição do país sul-americano garante que todos são livres para escolher a sua religião, praticar e professar a sua crença e fé, seja num ambiente doméstico ou num lugar público.
"Em nosso Governo não será diferente. Todas as religiões e templos religiosos serão respeitados e tratados com dignidade, como já fizemos em nossos governos anteriores", afirmou.
O documento é uma resposta aos ataques que o antigo presidente tem sofrido de apoiantes do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que divulgam notícias falsas em massa sobre uma alegada intenção de Lula da Silva de fechar igrejas e fazem associações de um possível Governo brasileiro com satanismo caso o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) seja eleito.
Na segunda volta das presidenciais brasileiras a religião tem sido tema do debate político devido ao forte apoio que o segmento evangélico dá ao atual Presidente, que tem contado com apoio de influenciadores evangélicos que pregam dentro de templos religiosos e nas redes sociais a favor da sua reeleição e contra Lula da Silva.
Nesta quarta-feira, feriado no Brasil em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, Bolsonaro visitará o tempo dedicado à padroeira do Brasil que reunirá milhares de fiéis católicos tentando usar a religião para avançar no eleitorado católico que está mais propenso a votar em Lula da Silva, segundo as sondagens do país.
Ao contrário dos líderes evangélicos que defendem abertamente o voto em Jair Bolsonaro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), principal instituição da Igreja Católica no país, condenou num comunicado divulgado na terça-feira a exploração da religião na segunda volta da campanha para as eleições presidenciais.
"Lamentamos, neste momento de campanha eleitoral, a intensificação da exploração da fé e da religião como caminho para angariar votos na segunda volta", lê-se no comunicado.
"Momentos especificamente religiosos não podem ser usados por candidatos para apresentarem suas propostas de campanha e demais assuntos relacionados às eleições. Desse modo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lamenta e reprova tais ações e comportamentos", acrescentou o documento.
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