Munições antigas no mar dificultam investigação a fugas em gasodutos
A Dinamarca alertou hoje que a presença de muitas munições da Segunda Guerra Mundial no Mar Báltico está a dificultar a investigação sobre uma possível sabotagem contra os gasodutos russos Nord Stream 1 e 2.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
"Há muitas munições no fundo do mar, por isso não é assim tão fácil", disse o ministro da Defesa dinamarquês, Morten Bodskov, em Bruxelas, onde participa numa reunião ministerial da NATO, citado pela agência espanhola EFE.
"Mas o trabalho continua e a bom ritmo", declarou Bodskov à imprensa dinamarquesa, referindo que a Dinamarca está a cooperar com a Alemanha e a Suécia na investigação
Bodskov disse também que o público será informado de quaisquer conclusões sobre o que aconteceu nos dois gasodutos que ligam a Rússia à Alemanha, ambos fora de serviço.
Os abastecimentos através do Nord Stream 1 pararam há semanas, com Moscovo a alegar problemas técnicos.
O Nord Stream 2 nunca entrou em funcionamento por decisão da Alemanha, na sequência do reconhecimento pela Rússia das autoproclamadas repúblicas separatistas no Donbass, que antecedeu a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano.
Na última semana de setembro, foram detetadas quatro fugas nos gasodutos, duas na zona económica dinamarquesa e duas na zona sueca, todas em águas internacionais, que os governos envolvidos descreveram como sabotagem.
As autoridades dinamarquesas e suecas começaram a inspecionar a área na semana passada, depois de as três fugas principais terem parado de lançar gás para a superfície e apenas uma fuga menor permanecer ativa.
O Ministério Público sueco informou recentemente que as suspeitas de possível sabotagem se reforçaram após a conclusão da inspeção das tubagens danificadas.
A Dinamarca não forneceu pormenores da sua investigação, apesar de mergulhadores do exército já terem inspecionado a área, segundo a TV pública DR.
A descoberta das fugas levou os setores da eletricidade e do gás na Dinamarca e na Suécia a aumentar o nível de alarme nas suas instalações, incluindo uma presença militar.
A vizinha Noruega, apesar de não ter costa báltica, também tomou medidas idênticas.
Os países nórdicos, a União Europeia (UE), os Estados Unidos e a Rússia falam de sabotagem, mas divergem quanto aos possíveis autores.
Moscovo acusou os países anglo-saxónicos de estarem por detrás da alegada sabotagem, aludindo à oposição de longa data dos Estados Unidos ao projeto, enquanto alguns países ocidentais atribuíram a culpa à Rússia.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo anunciou hoje que Moscovo não reconhecerá a validade de qualquer investigação se a Rússia não participar no processo.
Esta posição foi transmitida aos embaixadores da Alemanha, Dinamarca e Suécia em Moscovo, que foram chamados ao ministério liderado por Serguei Lavrov.
Num comunicado citado pela agência oficial TASS, o ministério disse que se não participar na investigação, a Rússia concluirá que os países envolvidos têm "algo a esconder" ou pretendem "encobrir os autores" de "atos terroristas".
"A Rússia, evidentemente, não reconhece quaisquer 'pseudo resultados' de tal investigação, se os especialistas russos não participarem na mesma", disse o ministério de Serguei Lavrov.
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