"Parem de procurar tratamento para o Ébola nos curandeiros. Aqueles que se estão a esconder devem dirigir-se imediatamente aos trabalhadores médicos para serem acompanhados", disse Museveni, referindo-se a vários doentes que fugiram de um centro de saúde.
"Se estão infetados, não importa para onde fogem", disse Museveni, citando o caso de Twagirayesu Ndahiro, que esteve sob quarentena depois de ter tido contactos com um homem que morreu de Ébola. O homem morreu há alguns dias num hospital da capital, Kampala.
O Presidente ugandês disse que dez das 19 mortes confirmadas por testes laboratoriais são membros da família de Ndahiro e notou que vários dos seus familiares levaram o corpo de um parente que morreu de Ébola para o enterrar, apesar de o corpo estar sob a custódia das autoridades.
Museveni disse ainda que os trabalhadores médicos tinham pedido a Ndahiro e à sua família para ficarem de quarentena contra uma possível infeção, mas ele viajou para Luweero para procurar tratamento junto de um curandeiro e foi para a casa de um parente em Busega.
Este parente escondeu-o lá durante dias e mais tarde transferiu-o para um hospital em Kampala devido ao seu estado de saúde agravado, onde foi internado com um nome e morada falsos, como noticiado pelo jornal ugandês 'Daily Monitor'.
"Quando o Governo anuncia que há uma epidemia, os curandeiros devem deixar de aceitar pacientes. Já alguma vez me viram anunciar um surto de malária ou obstipação? Deixem o Governo gerir as epidemias", reiterou o Presidente ugandês.
O Uganda declarou o surto de Ébola em 20 de setembro, após a confirmação da morte de um paciente que deu positivo, após o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que a confirmação se seguiu a uma investigação da equipa nacional de resposta rápida, após seis "mortes suspeitas" no distrito durante o mês passado.
A agência salientou que o surto é da estirpe do Zaire. Até à data, foram detetados sete surtos desta estirpe - quatro no Uganda e três no Sudão. O Uganda comunicou o seu último caso desta estirpe em 2012, enquanto em 2019 declarou um surto da estirpe do Zaire, importada da República Democrática do Congo (RDCongo).
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